Traços linguístico-tradutórios em "As Três Marias" de Rachel de Queiroz, à luz dos Estudos da Tradução Baseados em Corpus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bispo, Mirian Pereira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182361
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar os traços linguísticos-tradutórios com ênfase no léxico mais recorrente presente em um Corpus Paralelo, constituído pelas obras As Três Marias, da escritora brasileira Rachel de Queiroz, e sua respectiva tradução, The Three Marias, realizada por Fred P. Ellisson em 1963. O arcabouço teórico e metodológico recaiu sobre os Estudos da Tradução Baseados em Corpus (BAKER, 1995; TAGNIN, VIANA, 2015; FERNANDES, 2006), bem como da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004) que nos auxiliaram na seleção e investigação dos itens lexicais. A partir do maior índice de chavicidade dos vocábulos levantados pela ferramenta KeyWords do programa WordSmith Tools 6.0, escolhemos quatro itens, a saber: Olhos, Coração, Amor e Medo. Desse modo, com base nesses itens lexicais selecionados foi possível propor uma leitura sobre a temática do romance. E, por meio da ferramenta Concord, observarmos nas linhas de Concordância o emprego metafórico e simbólico dos vocábulos. Em seguida, analisamos os correspondentes dos itens mais frequentes fundamentados nos conceitos dos Estudos Descritivos da Tradução (LAVIOSA, 2011, 2004), alguns princípios do léxico (BIDERMAN, 1987, 1996, 1998, 2001; BASILIO, 2000) e para uma leitura mais simbólica dos vocábulos utilizamos dicionários de símbolos (CHEVALIER & GHEERBRANT, 1994; LEXIKON, 1990; CIRLOT, 1979). Ao cotejarmos os excertos escolhidos para análise pudemos constatar o emprego dos seguintes correspondentes em inglês: Olhos → Eyes, Coração → Heart, Amor → Love e Medo → Afraid/Fear. Esses foram os correspondentes mais frequentes utilizados para a tradução das palavras-chave, porém em alguns contextos o tradutor optou por outros itens lexicais, modificando os sentidos presentes no texto em português. Em vista disso, verificamos no texto de chegada quais mudanças de sentido foram impressas pela escolha lexical do tradutor e se houve o emprego metafórico e simbólico, aspecto estilístico presente no texto de partida. No que concerne aos traços linguísticos da cultura de partida, tais como guria, rapadura, sertão, colégio, coronel, semana santa e São João, analisamos esses itens lexicais com base na teoria tradutória de Catford (1980). Esses traços lexicais selecionados descrevem aspectos culturais referente ao texto de partida e, portanto, representam um desafio para o tradutor.