Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Machado, Rafael Rahal Guaragna |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-14092023-153844/
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Resumo: |
Os vírus Zika (ZIKV) e Dengue (DENV) são arbovírus circulantes no Brasil, que apresentam grande importância para saúde pública nacional. A capacidade de estimar a atual e futura dispersão desses vírus, depende significativamente do nosso conhecimento acerca do status sorológico em populações expostas. Atualmente, há uma escassez de dados na literatura em relação a prevalência de anticorpos anti-ZIKV e anti-DENV na população em geral e particularmente em mulheres grávidas brasileiras. A transferência transplacentária de anticorpos contra patógenos infecciosos é um importante mecanismo materno-fetal que fornece proteção ao recém-nascido (RN) nos primeiros meses de vida. Neste contexto, o presente estudo investigou a prevalência de infecção por ZIKV e DENV em parturientes, avaliando a transferência placentária de anticorpos anti-ZIKV e anti-DENV aos RNs. Dessa forma, foi realizado um estudo transversal com 601 parturientes e seus respectivos filhos recém-nascidos, atendidos no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), localizado na cidade de São Paulo, Brasil. Amostras de sangue total, soro e urina foram coletadas e armazenadas em biorrepositório. Informações sociodemográficas e características clínicas maternas e neonatais foram obtidas mediante entrevista e análise de prontuários médicos. Para avaliação da soroprevalência de infecção por ZIKV e DENV foram utilizados os ensaios de imunoabsorção enzimática (ELISA), para detecção de anticorpos IgM e IgG e os testes de neutralização viral baseado em efeito citopático (CPE-VNT) e de neutralização por redução de placas (PRNT), para detecção de anticorpos neutralizantes (nAbs). Além da investigação sorológica, os ácidos nucléicos totais das amostras biológicas foram extraídos por método semi-automatizado, seguido do RT-qPCR para o gene endógeno da RNase P e para investigação da presença do RNA viral do ZIKV e DENV. Verificou-se soroprevalência de 2,39% e 31,61% de anticorpos neutralizantes específicos contra ZIKV e DENV, respectivamente. A maior parte das gestantes apresentava imunidade aos quatro sorotipos de DENV (74,1%). Dentre as amostras com nAbs detectáveis, nenhuma amostra foi positiva para IgM anti-ZIKV e em 4,2% foram detectados anticorpos IgM anti-DENV. Todas as amostras testadas tiveram amplificação satisfatória para RNase P e foram negativas para a presença do RNA viral de ambos os vírus investigados. Ademais, foi possível determinar a efetiva passagem transplacentária (TR) de anticorpos específicos anti-ZIKV e anti-DENV de mães previamente infectadas ao respectivos filhos recém-nascidos. Níveis de IgG ZIKV e DENV específico foram significativamente maiores nas amostras do cordão umbilical do que nas respectivas amostras maternas (p<0.05). Características maternas e neonatais foram correlacionadas tanto com a soropositividade para ZIKV e DENV quanto com a efetividade de transferência de anticorpos DENV específicos aos RNs. Devido a relativa baixa soroprevalência de ZIKV e DENV na população em estudo, este cenário alerta para a susceptibilidade a infecção por estes patógenos. Assim, com o conhecimento gerado no presente estudo espera-se contribuir para um melhor entendimento da soroprevalência de ZIKV e DENV em parturientes na região investigada e do perfil de TR aos neonatos, servindo como referência para a avaliação da eficácia do transporte transplacentário de anticorpos resultantes de futuros esquemas vacinais contra ZIKV e DENV em gestantes no Brasil. |