A transformação de identidade do portador de deficiência adquirida tardiamente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Antunes, Gisele Ladik
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-19092023-165950/
Resumo: O tema da deficiência física tem sido recorrente objeto de estudo no campo da saúde. No presente estudo, abordaremos este tema sob a perspectiva da Sociologia e da Psicologia Social, enfatizando os fenômenos que envolvem a transformação da identidade dos indivíduos que adquiriram deficiência física na idade adulta. Objetivo: compreender processos de transformação de identidade do portador de deficiência física adquirida tardiamente. Procedimento metodológico: estudo com abordagem qualitativa de cunho descritivo e exploratório. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a partir de roteiro temático com portadores de deficiência física adquirida tardiamente por lesão medular de origem traumática e abrupta, com idades entre 20 e 48 anos e que fazem uso de cadeira de rodas. Para a interpretação dos dados, foi utilizada a proposta de análise de conteúdo. Análise dos discursos: os discursos apontaram para categorias de falas que descrevem as reações iniciais dos entrevistados frente às suas percepções e concepções da nova condição de vida, as quais desorganizam e mobilizam a hegemonia emocional. Como em um processo de transformação, os discursos vão mostrando novos rumos, apontando para a percepção da nova condição de vida, vivenciada com a reificação dos estigmas concebidos socialmente e, muitas vezes, sem o reconhecimento da diferença, mas com o surgimento do estereótipo de super-homem. O processo de elaboração da nova concepção de vida vem evidenciar a dificuldade de reconhecimento da alteridade do outro, permanentemente evidente durante os discursos que relatavam as questões familiares, de amizade, de relacionamentos afetivos, de sexualidade e do corpo. Encontramos nos discursos evidências de enfrentamento e de superação, com transcendência da deficiência sem a negação de sua realidade. Os projetos de futuro aparecem como possibilidade de mudança do presente, funcionando como fator de motivação de vida. Considerações finais: o processo de sociabilização, com seus percalços sucessivos, em que a deficiência da pessoa não seja negada, mas integrada ao seu cotidiano, possibilita a superação, a transcendência.