Nada em cima de invisível: Esaú e Jacob, de Machado de Assis: as aventuras do dinheiro na transição do Império à República

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Duarte, Cláudio Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-12092018-164442/
Resumo: A tese estuda a composição de Esaú e Jacob, o penúltimo romance de Machado de Assis, publicado em 1904. Para isso concentra-se, inicialmente, no mapeamento de sua fortuna crítica. Em seguida, constrói um panorama histórico da lógica do duplo e da duplicidade estruturante de sua forma e estilo, desdobrados pelas figuras da ironia, da alusão e da alegoria, antes de poder colocar em questão o narrador e sua frenética oscilação de perspectivas. A reavaliação crítica do ponto de vista desse narrador irônico com um pensamento interior e único , aqui identificados ao conselheiro Ayres e à ideia de nada em cima de invisível, reconstrói o entendimento de vários episódios e movimentos da obra, fornecendo uma outra visão de personagens como Flora e de toda a composição. Um narrador que posto em seu contexto revela-se como faccioso ou como um verdadeiro impostor, a ponto de poder encobrir e liquidar toda esfera da alteridade, dando sinal exato, através da fantasia literária, da forma das relações sociais no país. O título e o subtítulo deste trabalho referem-se tanto à violência da representação tecida por esse narrador quanto à invisibilidade estrutural das práticas reificadas de uma sociedade cindida e completamente desigual, numa formação capitalista periférica, ainda fortemente marcada pelo escravismo e o paternalismo. O objetivo maior do trabalho é compreender como seu princípio construtivo deita raízes profundas, totalmente inaparentes à primeira vista, no solo desta formação social malograda, na longa transição do Império à República.