As mudanças nos topônimos amazônicos na Era Pombalina: um olhar para além da motivação saudosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Haag, Clara Beatriz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-23052024-191622/
Resumo: Esta dissertação propõe uma análise toponímica diferenciada de alguns espaços pertencentes ao território da extinta capitania do Grão-Pará (1616-1821). Por meio da toponímia, em perspectiva diacrônica, nota-se que houve substituição em massa nos nomes de vilas e aldeamentos. Nomes nativos foram substituídos por topônimos portugueses, com objetivos puramente estratégicos, políticos e ideológicos, pois a Coroa Portuguesa precisava afirmar-se categoricamente como proprietária do território, evitando, simultaneamente, a cisão entre metrópole e colônia e uma indesejada reclamação territorial por parte da Coroa Espanhola, já que os topônimos nativos, dentro de sua complexidade dialetológica, ocupavam homogeneamente toda a América do Sul. Tal panorama evidencia que as substituições não foram fruto de saudade da terra natal e que não basta uma tradicional análise toponímica por campos semânticos (DICK, 1980), mas que de acordo com a peculiaridade de certos corpora precisa-se recorrer a novas abordagens técnicas de cunho sócio onomástico, tal como a Toponímia Crítica (ROSE-REDWOOD; ALDERMAN; AZARYAHU, 2009). Desta forma, olhando para as particularidades da área, em conjunto com outras disciplinas, o presente trabalho busca trazer contribuições para a criação de uma toponímia crítica, que se proponha decolonial. Utilizando um aparato teórico-crítico mais recente (toponímia crítica), os resultados poderão demonstrar de modo mais contundente que a saudade não é motivação de topônimos naquela área (como já alertava Antenor Nascentes, 1960), mas sim que os nomes de lugares possuem importância geopolítica vital