Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Maria do Socorro Melo [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191412
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Resumo: |
Esta tese de doutorado apresenta os resultados da pesquisa sobre toponímia indígena na região de Uiramutã - Roraima, tomando por base principalmente Dick (1990) para fundamentar a descrição. A pesquisa busca nos topônimos e nas narrações dos mitos de Uiramutã, estratos linguísticos que mostram que os indígenas se encontram em um mundo repleto de conceitos e valores espirituais, indicando uma sobreposição linguístico-cultural nos nomes locais, especialmente naquelas comunidades que possuem topônimos anteriores. Mostramos aqui que o ato de nomear os acidentes geográficos e humanos é motivado por fatos históricos, sociais, culturais, conhecimentos de cosmovisão e elementos subjetivos do denominador, de modo a ter a importante função de batismo do lugar. A investigação se justifica pela necessidade de mais pesquisas na área de toponímia indígena em Roraima, onde estudos dessa natureza ainda são incipientes. A metodologia se deu pela pesquisa de campo com base em entrevistas e narrativas orais coletadas com informantes mais idosos das comunidades. O corpora constitui-se de 53 acidentes humanos (AH), incluindo a sede do município, e 68 acidentes físicos (AF) da região de Uiramutã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TIRSS), em Roraima. Os resultados mostram que a motivação volta-se principalmente para as taxes Zootopônimo, Mitotopônimo, Fitotopônimo e Ergotopônimo, indicando as preferências dos indígenas Makusi pelas coisas de seu mundo físico, comunidades Prododó e Barreirinha e espiritual, comunidades São Mateus e Makunaima. A composição sintagmática dos topônimos apresenta na maioria estrutura simples [SN(N)] em português e posposição em língua indígena. Ficou evidenciado que topônimos em língua Portuguesa sobrepostos a outro na mesma língua coocorrem, como em rua Martiniano Vieira (oficial) e Rua do Comércio (espontâneo), ou que topônimos em língua Portuguesa sobrepostos a outros em língua Indígena também coocorrem, como em comunidade Milho (oficial) e Parê worî ~ Parê wîri’ (espontâneo), que significa ‘vulva da mulher’, nome ainda reconhecido no lugar. Essa motivação inusitada na toponímia de Uiramutã faz jus à proposta da subcategorização Gonotopônimo para a Taxe Somatopônimo. |