Afastamento do trabalho por transtornos mentais e fatores associados: um estudo caso-controle entre trabalhadores segurados da Previdência Social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva Júnior, João Silvestre da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-26102012-134845/
Resumo: Introdução - As ausências ao trabalho por doença são usadas como indicador da saúde dos trabalhadores e consideradas um significante problema de Saúde Pública. Diversos fatores são descritos como associados ao absenteísmo-doença, independentemente do agravo. A Previdência Social do Brasil regulamenta a concessão de benefício para trabalhadores que comprovarem incapacidade para o trabalho acima de quinze dias por adoecimento. Em 2010, transtornos mentais e comportamentais foram a terceira principal causa de concessão de auxílio-doença por incapacidade laborativa. Objetivo - Avaliar os fatores associados às longas ausências ao trabalho por transtornos mentais e comportamentais. Materiais e Método - Estudo de caso-controle composto por 385 participantes. Os casos foram requerentes de benefício previdenciário por transtorno mental incapacitante na cidade de São Paulo, Brasil. Foram realizadas entrevistas para preenchimento de questionários sociodemográfico e de hábitos/estilo de vida, ocupacional inclusive percepção de fatores psicossociais no trabalho, avaliação de condição de saúde e dados do laudo médico-pericial da Previdência Social. Foi realizada regressão logística múltipla hierarquizada para a avaliação da associação das variáveis independentes ao desfecho. Resultados - Os fatores associados foram: sexo feminino, alta escolaridade, cor da pele autorreferida como branca, alto grau de consumo de fumo e de ingesta de álcool, vínculo com empresa estatal, exposição à violência no trabalho, baixo apoio social, elevado comprometimento com o trabalho, atendimento médico por mais de dois diagnósticos no último ano. Na modelagem com interação entre as dimensões dos modelos de estresse ocupacional, a exposição à alta exigência com baixo apoio social, o desequilíbrio esforço-recompensa com elevado comprometimento e a interação entre essas quatro dimensões estão associadas ao desfecho de forma significativa. Considerações Finais - Aspectos sociodemográficos, hábitos e estilo de vida, característica e condição de trabalho, além do status de saúde, estão associados ao longo afastamento do trabalho por transtorno mental e comportamental. A exposição ocupacional a fatores desfavoráveis de natureza psicossocial é importante contribuidora no desfecho. Vê-se a necessidade de atenção para tais situações no intuito de ampliar as perspectivas de antecipação ao risco e implantação de ações intervencionistas que minimizem impactos negativos na saúde dos trabalhadores