Filosofar nas fissuras e fissurar-se na filosofia - a relação afetivo-cognitiva no aprender e ensinar a filosofar no Ensino Médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Favero, André Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-30102023-155915/
Resumo: Esta tese propõe a centralidade da dimensão afetivo-cognitiva como potência maior da experiência do aprender e ensinar a filosofar no Ensino Médio, assumida e mobilizada pela prática aqui chamada de fissuração filosófica. Sua pesquisa se baseou numa investigação teórica multiperspectivista, no exame de produções filosóficas estudantis e na experiência docente do pesquisador, no âmbito educacional investigado. Adotando um sentido filosoficamente alargado de afetividade, que comporta o conhecimento e as ideias, sua aposta mais geral evoca um exercício de cartografia das fissuras do mundo contemporâneo, sentidas na sala de aula e aqui entendidas figurativamente como suas zonas mais sensíveis e intensivas. Trata-se de fissuras encarnadas pelos estudantes na forma de afetos diversos (ideias, desejos, alegrias, tristezas e tantos outros), sempre imanentes a quaisquer esforços cognitivos, constituindo-se também como oportunidades significativas de abertura e reação pensante às ideias-afetos mobilizadas em aula pela filosofia. Essa abordagem evoca ainda o exame e o questionamento das práticas e discursos educacionais contemporâneos desde um ângulo em que toda uma economia dos afetos considerada desde sua origem no tecido social além da escola se torna condição e perspectiva de uma melhor compreensão das experiências de aprender e ensinar no geral, das quais depende o filosofar. O exame crítico dos elementos constitutivos da relação afetivo-cognitiva no ato de filosofar nesse contexto todo permite fundamentar e defender a potência da fissuração filosófica, passando pela necessidade de uma maior sensibilidade docente para com as questões afetivo-cognitivas de ordem consciente e inconsciente, em torno de uma prática filosofante experimental com adolescentes no Ensino Médio, criativa e aberta à multidisciplinaridade. Também como decorrência do que se constatou, esta pesquisa reconhece a necessidade de uma maior atenção acadêmica especificamente a esse respeito; e esboça, em linhas gerais, a proposta de uma plataforma viva para o ensino de filosofia nas escolas, aberta a contribuições complementares e mais afetivamente orientada por sinais emanados da vida.