Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Augusto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255023
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Resumo: |
O objetivo desta tese consiste em problematizar as heranças de formação que irradiam, de um lado, em nossas práticas de ensinar e aprender filosofia e, de outro, em nossas práticas de pesquisa na área do ensino de filosofia. Investigamos como a convivência no campo do Ensino de Filosofia e no curso de licenciatura de filosofia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), pela nossa trajetória no Grupo de Estudo e Pesquisa sobre o Ensino de Filosofia (ENFILO), permite a emergência de uma forma específica de pesquisar sobre o ensino de filosofia, perspectivado principalmente como um problema filosófico, e, além disso, uma forma de ensinar e aprender filosofia em que a experimentação filosófica seja uma possibilidade para professores e estudantes em sala de aula. Defendemos que as heranças do campo e de nossa formação de professores são recepcionadas dentro do ENFILO e se reinventam como uma prática ético-formativa que emerge como resistência a um disciplinamento moral teórico-prático, e se faz imanente à vida, possibilitando que o filosofar esteja presente tanto na maneira de pesquisar, bem como no que diz respeito às relações educativas. Para tanto, no primeiro capítulo, partimos do debate contemporâneo em torno do campo do Ensino de Filosofia – em que um grupo de pesquisadores da área coloca em questão as relações epistemológicas, éticas, estéticas e políticas que constituem o campo –, e questionamos quais relações mantemos com o campo do Ensino de Filosofia e como elas ressoam nos professores e pesquisadores que nos tornamos. Essas heranças são perspectivadas pela leitura que fazemos da emergência do campo do Ensino de Filosofia e, concomitantemente, da virada discursivo-filosófica que deslocou as produções acadêmicas de um registro pedagógico para colocá-las como uma problemática também de ordem filosófica. No segundo capítulo, verificamos como essas heranças se capilarizam no ENFILO, grupo do qual fazemos parte desde o início de nossa trajetória formativa no curso de filosofia da UNESP. Reconstituímos o contexto de criação do grupo e sua relação com as pesquisas de filosofia da educação, além de retomar os projetos de pesquisa e docência, de maneira a dar forma às características e aos potenciais éticos de uma política filosófica de ensinar e aprender filosofia e de pesquisar no assunto. No terceiro capítulo, mostramos como essa política filosófica, ou filosofia do ensino de filosofia, do ENFILO, só se faz possível como resistência à formação histórico-filosófica no curso de licenciatura da UNESP, além de ser impulsionada e influenciada por um projeto artístico de formação de filósofos. Investigamos a proveniência das práticas de ensinar e aprender de nossa formação de professores, de maneira a destacar sua relação com os hábitos e os ritos institucionais hegemônicos da filosofia acadêmica, deslocando-as, assim, das hipóteses comuns que costumam associar nossas heranças formativas à rotina filosófica implementada na Universidade de São Paulo (USP). Analisamos como o funcionamento dessas heranças na UNESP permite a cisão da experiência de filosofar das práticas de ensinar e aprender filosofia. E, em contrapartida, mostramos como, mesmo dentro do curso, já existiam tentativas de resgatar a visceralidade do filosofar – cujas práticas nos servem de inspiração –, em oposição à redução das relações educativas no curso às práticas do comentário e leitura de textos filosóficos. O encontro dessas heranças político-filosóficas em nós faz-nos vislumbrar uma filosofia de professores, uma experiência de pensamento coletiva em que já não há mais a cisão entre filosofar, ensinar e aprender filosofia. |