Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Lacôrte, Marina Cobra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-19092011-093940/
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Resumo: |
A alteração dos ecossistemas naturais e a criação de novos ambientes podem alterar significativamente o padrão de distribuição das espécies silvestres e a disponibilidade dos recursos naturais. A expansão agrícola pode ser considerada como uma das principais perturbações antrópicas responsáveis pela conversão das florestas nativas. Mamíferos de médio e grande porte são responsáveis por processos ecológicos determinantes na estrutura das comunidades. Estes possuem importantes funções na manutenção e regeneração das florestas e sua contínua provisão de bens e serviços ecossistêmicos. Dieta e uso do espaço estão intimamente relacionados ao potencial adaptativo das espécies. Seu estudo é útil na tentativa de avaliar a conservação das mesmas nos ambientes alterados. Neste contexto dois estudos envolvendo mamíferos de médio e grande porte foram conduzidos em paisagens agrícolas da Região do Alto Paranapanema, Estado de São Paulo. No primeiro estudo, entre setembro de 2008 e setembro de 2010, foi avaliada a freqüência de ocorrência das espécies deste grupo, em corpos dágua naturais e artificiais da Fazenda Três Lagoas, no município de Angatuba. Ambos os ambientes (açudes e riachos) estavam associados à plantação recente de Eucalipto. Foram detectadas 20 espécies no total (18 em açudes e 17 em riachos), sugerindo razoável riqueza de espécies para o ambiente em questão, no entanto os ambientes ripários (i.e., que abrigam os corpos dágua naturais) apontaram maior riqueza e abundância. Tais resultados reforçam a importância da presença de remanescentes florestais sob proteção legal na paisagem agrícola, para a conservação dos mamíferos de médio e grande porte. Além disto, os resultados sugerem aumento da capacidade de suporte do ambiente em função da manutenção dos açudes. O segundo estudo trata do uso de abrigos e dieta de Lontra longicaudis (Mammalia, Carnivora), mamífero carnívoro semi-aquático já considerado como espécie vulnerável. Entre agosto de 2008 e julho 2009, foi realizada a coleta mensal das fezes de lontra encontradas em trecho sob influência antrópica do rio Paranapanema. Os abrigos foram descritos e representados graficamente e a dieta foi quantificada por meio da análise de 60 amostras de fezes. Foram identificados 15 itens alimentares, sendo peixes das famílias Cichlidae e Loricariidae os itens mais comuns. A amplitude de nicho apontou a espécie como especialista (utilizando o índice padronizado de Levins), reforçando a importância do ambiente e fauna aquáticos para sua conservação. No entanto, os resultados sugerem, de forma geral, certa plasticidade de L. longicaudis em relação aos ambientes alterados. Ambos os estudos, sugerem a relevância de paisagens alteradas na conservação da biodiversidade, e a necessidade de inserção de tais áreas em planos de manejo e conservação. |