Distribuição e abundância de pequenos mamíferos em relação à paisagem da bacia do Rio Passa-Cinco, São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Gheler-Costa, Carla
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-19092006-172103/
Resumo: A Bacia do Corumbataí é usada como principal fonte de abastecimento de água para os municípios de Piracicaba e Rio Claro, sendo o Rio Passa-Cinco seu principal tributário. A Bacia do Passa-Cinco pode ser considerada um modelo conveniente para o estudo de conservação de biodiversidade por conter os principais agroecossistemas existentes no estado de São Paulo. Para que sejam estabelecidas estratégias conservacionistas, são necessárias informações de como a biodiversidade é afetada e quais estratégias as populações de espécie silvestres lançam mão para se manter em remanescentes florestais alterados. Pequenos mamíferos tais como roedores e marsupiais, podem ser considerados um bom grupo para ajudar a responder essas questões, pois esse grupo desenvolve um importante papel ecológico em ambientes florestais, através da predação e dispersão de sementes. De agosto de 2003 a janeiro de 2005 foram realizados levantamentos de pequenos mamíferos utilizando 160 armadilhas do tipo Sherman distribuídas em linhas, em 16 sítios amostrais, sendo 4 em cada tipo de ambiente predominante na paisagem: floresta nativa, plantações de Eucalyptus, plantações de cana-de-açúcar e pastagens. Durante esse período, foram capturados 177 indivíduos de roedores e marsupiais distribuídos em oito espécies, com um sucesso de captura de 0.77%. Houve diferença significativa entre os ambientes estudados em termos de abundância, mas não em termos de riqueza de espécies, podendo-se observar uma clara separação entre habitats florestais e não-florestais. Os remanescentes florestais nativos da região, aparentemente, perderam as espécies mais exigentes com relação à qualidade do habitat, de forma que a comunidade atual é formada basicamente de espécies generalistas e características de áreas degradadas. A perda de espécies florestais não somente altera a comunidade de pequenos mamíferos, como favorece o aparecimento de espécies de áreas não-florestais que podem trazer, entre outras coisas, problemas de saúde pública. Ainda assim, a comunidade de pequenos mamíferos da bacia do Rio Passa-Cinco é meritória de esforços conservacionistas, que devem priorizar estudos relacionando o cumprimento das leis ambientais com as alterações que isto possa gerar na comunidade de pequenos mamíferos.