Tópico, foco e contraste no português brasileiro e no espanhol peninsular: uma visão discursivo-funcional da ordenação dos constituintes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Labbonia, Solange
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-27052019-113831/
Resumo: Este trabalho descreve, analisa e compara, no espanhol peninsular (EP) e no português brasileiro (PB), as estratégias de ordenação dos constituintes de Propriedade Configuracional (argumentais) ou correferenciais a eles, e que portam funções pragmáticas (Tópico, Foco e Contraste) ou retóricas (Orientação e Esclarecimento). O referencial teórico desta pesquisa é o da Gramática Discursivo-Funcional - GDF (HENGEVELD & MACKENZIE, 2008; MACKENZIE, 2012; PEZATTI, 2014, 2017) e o dos estudos comparativos entre o PB e o E (GONZÁLEZ, 1994, 2008, 2014; GROPPI, 2004; FANJUL, 2014; PINHEIRO-CORREA, 2015, 2018). A unidade de análise selecionada é o Ato Discursivo, o que significa que são considerados tanto constituintes oracionais como extraoracionais. Dentre os oracionais, os analisados são os de sentenças simples de Ilocuções Declarativas e Interrogativas e de Estado-de-Coisas [+dinâmicos]. Com base nos objetivos e no referencial teórico desta pesquisa, se analisa dois subcorpora de língua oral coloquial, um extraído do projeto C-ORALROM, que contempla a variedade de Madri, e outro do C-ORAL-BRASIL, que contempla a variedade mineira. A hipótese central que se tratou de comprovar é a de que, para enunciados que não sejam contrastivos, o EP se caracteriza pela não topicalização dos Sujeitos e topicalização dos Objetos, em um processo oposto ao que ocorre em PB, que prefere topicalizar os Sujeitos e não topicalizar os Objetos. Considerando a perspectiva discursivofuncional elegida neste estudo, toma-se por base que cada posição do Enunciado tende a ser ocupada por diferentes tipos de constituintes. Para analisar quais são as preferências, motivações e limitações para os posicionamentos de constituintes com as funções pragmáticas e retóricas supracitadas, são investigados fatores como (i) a relação entre determinação/especificidade/genericidade e Tópico/Foco, e as consequências dessa relação no Nível Morfossintático de cada língua, tais como duplicações por clíticos ou por pronomes fortes, não realização versus realização de Sujeitos pronominais, etc.; (ii) estruturas especiais para a marcação de Foco e de Contraste em ambas as línguas, principalmente as obtidas exclusivamente pela ordenação; (iii) os tipos de respostas dadas às sentenças Interrogativas Polares e a posição dos constituintes nas Interrogativas de Conteúdo. A tese está dividida em duas grandes partes: a primeira concentra as bases do referencial teórico escolhido e apresenta os procedimentos metodológicos adotados; a segunda mescla teoria, descrição e análises dos dados dos corpora. Os resultados evidenciam variadas diferenças entre as línguas, tanto no que se refere à ordenação quanto a outras estratégias usadas, a depender da função sintática dos constituintes aos quais se atribuem as funções pragmáticas e retóricas. Algumas vezes os mesmos recursos estão disponíveis em ambas as línguas, mas diferem entre si pelo grau de preferencialidade entre uns e outros. Outras vezes, uma língua recorre a estratégias que não estão disponíveis na outra. De maneira geral, o sistema de esquemas de posições proposto pela GDF possibilitou entender que estruturas superficialmente iguais podem ser diferentes em sua funcionalidade.