A interpretação do trabalho em enfermagem no capitalismo financeirizado: um estudo na perspectiva teórica do fluxo tensionado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Helton Saragor de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-20012015-100501/
Resumo: O objeto deste estudo é o trabalho das categorias da enfermagem sob a organização pós-fordista no capitalismo financeirizado. Associamos a mundialização do capital e a predominância financeira à expansão dos serviços de saúde no Brasil. Nesse sentido, discutimos as características do trabalho coletivo em saúde e das categorias de enfermagem. Abordamos a relação geral e particular do trabalho em saúde e problematizamos a leitura do trabalho em enfermagem nos moldes tayloristas. Os estudos de caso concentram-se em três hospitais localizados Região Metropolitana de São Paulo com gestões distintas: administração pública; administração terceirizada para Organização Social de Saúde (OSS); e administração privada. Nessas unidades, através de etnografia e da realização de entrevistas com os profissionais, caracterizamos o tipo de regime de trabalho pela abordagem do tipo de vínculo empregatício; da remuneração; sobre transferências, promoções e demissões; das características do absenteísmo; da relação com a chefia e da ação coletiva. Estritamente, sobre o processo de trabalho, abordamos o predomínio relacional do ato do cuidado, a influência da tecnologia, os erros procedimentais e a saúde dos trabalhadores. Em nossa visão, a conversão dos serviços de saúde em áreas de valorização do capital e o subfinanciamento do Estado configuram a relação desproporcional entre a demanda de usuários e a quantidade incipiente de trabalhadores que seria o modus operandis do trabalho em enfermagem. Desse modo, o processo de trabalho fundamenta-se no fluxo tensionado, gerando sobrecarga e intensificação, consequentemente, a incidência de erros, o desgaste físico-psicológico e a frustração para os trabalhadores.