Temperatura crítica máxima de artrópodes em biomas brasileiros: uma abordagem macrofisiológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Antonio Carlos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-15122016-142844/
Resumo: As mudanças climáticas influenciarão as médias de temperaturas ambientais e a frequência de eventos extremos com consequências ainda desconhecidas para a fauna. Conhecer os limites fisiológicos dos organismos ao aumento de temperatura pode ajudar a ampliar os marcos conceituais dos impactos regionais das mudanças climáticas sobre a fauna. Este trabalho abordou como a diversidade fisiológica representada pela tolerância termal da fauna de artrópodes terrestres estava relacionada entre os biomas do Brasil, em uma perspectiva macrofisiológica (ampla escala espacial). Especificamente, coletou-se a temperatura crítica máxima (TCMax) de espécimens de artrópodes das Classes Arachnida, Chilopoda, Dipoploda, Entognatha (Collembola), Insecta e Malacostraca (Oniscidea) nos biomas de Mata Atlântica (strictu sensu), Mata Atlântica de Altitude, Cerrado, Amazônia e Caatinga. Os artrópodes foram utilizados como modelo de estudo por permitirem uma associação mais clara com a teoria disponível sobre limites fisiológicos e o ambiente físico. Assim, foram investigados padrões de variação da TCMax entre e dentro dos biomas, considerando ou não a categoria sistemática. Igualmente, foi avaliada a relação da TCMax da fauna de artrópodes com variáveis bioclimáticas representantes do ambiente termal nos biomas. No aspecto de margem de segurança termal, avaliou-se a potencial tolerância ao aquecimento da fauna de artrópodes nos biomas. Os resultados mostraram que existe ampla diversidade fisiológica da fauna de artrópodes, com padrões atrelados aos biomas do Brasil. A relação do padrão de tolerância termal dos espécimens de artrópodes com o bioma é complexa, havendo nuances de variação dentro e entre os biomas. Houve grande proporção de fauna termotolerante no bioma da Caatinga e menor proporção de fauna termotolerante na Mata Atlântica. Quanto às margens de segurança termal, os dados de tolerância ao aquecimento sugerem que não há grande susceptibilidade ao aquecimento da fauna de artrópodes nos biomas do Brasil. Este trabalho contribui para ampliar a discussão dos possíveis impactos das mudanças climáticas em seus aspectos regionais, tendo em vista a diversidade fisiológica da fauna de artrópodes terrestres nos biomas brasileiros. Igualmente, os dados podem servir como uma importante base para a incorporação em avaliações globais da vulnerabilidade dos ectotérmicos frente às mudanças do clima