Restabelecimento da comunidade de artrópodos edáficos e epígeos e a produção e decomposição da serapilheira em floresta estacional semidecidual restaurada: a floresta da USP como estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Barosela, José Ricardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-04112014-110302/
Resumo: Originalmente, o estado de São Paulo tinha 87% de sua área ocupada por Floresta Atlântica e o uso de suas terras resultou numa redução de aproximadamente 90% de sua área original. Com o objetivo de manter os serviços ambientais providos pelas florestas urge restaurar parte da vegetação perdida com o plantio de árvores nativas para acelerar a sucessão secundária. Depois do plantio, porém, é necessário que vários processos ecológicos se reestabeleçam para que o novo ecossistema se perpetue. A queda da serapilheira e a sua decomposição tem um papel importante no funcionamento dos ecossistemas porque enriquecem o solo e retornam nutrientes para as próprias árvores. O objetivo deste trabalho foi estimar a queda e a decomposição da serapilheira e verificar as mudanças nas comunidades de artrópodos edáficos e epígeos que possam estar relacionadas às alterações temporais no processo de decomposição numa floresta restaurada. O estudo foi conduzido em um remanescente de floresta estacional semidecidual e em duas áreas de idades diferentes de uma floresta restaurada. A queda da serapilheira foi estimada com o uso de coletores e a sua decomposição com bolsas de malha de 2mm. Foram feitas análises químicas do solo e da serapilheira e suas faunas foram amostradas. As árvores da área restaurada mais antiga produziram tanta serapilheira quanto as do remanescente florestal, e as da restauração mais nova produziram bem menos. Apesar disso, a restauração mais antiga apresentou um solo semelhante ao da mais nova, com baixos teores de nutrientes. A decomposição foi mais rápida no remanescente florestal mostrando que este processo não foi completamente reestabelecido nas áreas plantadas. Os taninos e o nitrogênio foram as variáveis químicas da serapilheira mais relacionadas às suas taxas de decomposição. O remanescente foi o local com maior riqueza de artrópodos edáficos e epígeos, seguido pela área restaurada há mais tempo. Esta fauna foi diferente entre os três loca is e as áreas restauradas tinham comunidades mais semelhantes entre si. Dentre os fragmentadores, formigas, dípteros, proturos e isópodos foram os grupos mais relacionados ao remanescente florestal e os Hemiptera, Thysanoptera e Psocoptera foram mais relacionados à área mais jovem. Pseudoescorpiões e quilópodos se mostraram quase ausentes nas áreas restauradas. As duas restaurações são ainda jovens e somente no futuro poderemos verificar se estes locais terão condições de abrigar grupos de artrópodos mais exigentes e reestabelecer o processo de decomposição e as condições do solo.