Intervenções urbanas: devires sociais e experiências estéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Antonio de Padua
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-23122022-132219/
Resumo: A transdisciplinaridade norteia esta pesquisa, que aborda diferentes modalidades de intervenções urbanas e suas reverberações no contexto social e histórico, pela ótica da comunicação da transgressão, do conflito e do reconhecimento. Os referenciais teóricos são extraídos principalmente das ciências sociais, da filosofia e da linguística, mas também priorizam campos de conhecimento e de produção que mobilizam, atualmente, as questões sociais mais emergentes, como as artes visuais, a cultura popular e as políticas identitárias. Objetiva interpretar as intervenções urbanas como experiências estéticas no cotidiano urbano contemporâneo. Experiências singulares encontradas no interior das cidades em eventos, espetáculos e formas de vida que dão formato aos conflitos sociais e que promovem um contraposicionamento às condições naturalizadas. Busca-se, então, entender o que acontece no ato ou fato estético. Tais intervenções alteram as relações e posições do indivíduo em relação à sociedade, à comunidade e à sua própria subjetividade. Algumas intervenções ocorridas na cidade de São Paulo, desde os anos de 1990 até os dias atuais, em diferentes modalidades, conduzirão a nossa abordagem sobre as relações entre estética e política. As intervenções aqui apresentadas apontaram e indicaram os referenciais teóricos mais adequados para a explicitação de seu sentido. Para elucidar as questões estritamente relacionadas à estética, privilegiamos o apoio nos referenciais teóricos centrados na nova modalidade de embaralhamento entre arte e vida dos anos 1990 para cá, que reativa as questões de autonomia e heteronomia da arte. No caso do pensamento francês, com o estudo de Nicolas Bourriaud, em sua proposição da Estética Relacional, e de Jacques Rancière, com a sua obra A Partilha do Sensível, e os textos de Foucault, dos anos 1969 e 1970, principalmente Corpo Utópico: as heterotopias. Em outra camada, os conflitos sociais são analisados a partir das perspectivas de emancipação e reconhecimento, com vínculos nos regimes comunicacionais na esfera pública, principalmente com o apoio de autores como Jurgen Habermas, Axel Honneth e Vladimir Safatle. As questões de ordem conceitual, linguística e social são abordadas a partir de uma perspectiva crítica das ações que se desenvolvem como intervenções urbanas. Nesse contexto, a proposição de uma intervenção artística não é relevante para o pensamento da forma artística convencional, porque o conteúdo estético se emancipa da iniciativa, vontade ou intenção de um artista. Entretanto, também não está subsumido às intenções que decorrem de uma necessidade qualitativa, ou seja, de qual é o grau de arte ou qual instituição irá promovê-la