Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Aielo, Aline Nogueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-20012023-120701/
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Resumo: |
Introdução: A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma conhecida causa de mortalidade cardiovascular. A adesão ao tratamento anti-hipertensivo é essencial para o sucesso da terapia e redução dos riscos atribuídos a esta importante condição clínica. Dentre as potencias causas de má adesão, os distúrbios de sono (como a apneia obstrutiva do sono [AOS], curta duração do sono [CDS], a sonolência excessiva diurna [SED] e a insônia) podem ter algum papel na adesão medicamentosa devido à potencial relação do sono de má qualidade e o impacto no desempenho da memória e da cognição. No entanto, a evidência na literatura do potencial impacto dos distúrbios de sono na adesão medicamentosa ainda é muito escassa. Objetivos: Avaliar a associação entre a AOS, CDS, SED e a insônia na adesão ao tratamento anti- hipertensivo na população de participantes do estudo ELSA-Brasil. Métodos: Participantes adultos de ambos os sexos com diagnóstico prévio de HAS e tratamento anti-hipertensivo (em uso de pelo menos uma classe de anti-hipertensivo) realizaram avaliação clínica, poligrafia domiciliar (Embletta GoldTM) por uma noite e actigrafia de pulso (Actiwatch2TM) por sete dias para determinar a presença de AOS e a duração do sono de forma objetiva, respectivamente. A AOS foi definida por um índice de apneia/hipopneia 15 eventos/hora e a CDS como média de duração de sono <6 horas. A presença de SED foi avaliada com o questionário de Epworth e a presença de insônia com o uso do questionário Clinical Interview Schedule Revised (CIS-R). A adesão medicamentosa foi avaliada por meio do questionário de 4 itens de Morisky sem o conhecimento dos dados derivados da análise do sono. A irregular/má adesão medicamentosa foi definida como pontuação >0 no referido questionário. Realizamos uma regressão logística para analisar a associação independente entre as variáveis do sono e a irregular/má adesão medicamentosa nesses participantes e análise de mediação utilizando as variáveis que potencialmente poderiam explicar estas associações. Resultados: Foram analisados 411 participantes com HAS em uso de tratamento anti-hipertensivo (idade média: 54±8, 47% homens). A irregular/má adesão foi observada em 62% da amostra. Comparado aos participantes com boa adesão (pontuação=0), os participantes com irregular/má adesão apresentaram maior frequência de SED (35,9 vs. 46,1%; p=0,043), menor frequência de nível educacional além do ensino médio (50,6 vs. 40%; p= 0,035) e menor renda per capita (R$ 2.043,70 vs. R$ 1.610,40; p=0,007). Não foi observada diferença significativa para a presença da AOS (50,6 vs. 47,5%; p=0,530), CDS (24,4 vs. 29%; p=0,303) e insônia (12,8 vs. 13,3%; p=0,881). A regressão logística evidenciou que participantes com menor renda (OR: 1,74; 95% IC: 1,01-3), raça diferente de branca (OR: 1,80; 95% IC: 1,15-2,82) e SED (OR: 1,63; 95% IC: 1,05-2,53) foram as variáveis independentemente associadas com irregular/má adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Com relação à análise de mediação, a SED exerceu um efeito de mediação da variável obesidade abdominal em relação à irregular/má adesão ao tratamento anti- hipertensivo. Conclusão: Em uma coorte de participantes com HAS, a SED, mas não a AOS, a CDS e a insônia, foi associada com irregular/má adesão à terapia anti-hipertensiva. A presença de obesidade abdominal parece ter uma ação indireta sobre a adesão medicamentosa mediada pela SED |