Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Diz, Fátima Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-17022020-133522/
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Resumo: |
A Leptospirose é uma zoonose de importância mundial e vem se consolidando também como um problema de Saúde Pública, devido aos prejuízos decorrentes da alta incidência e letalidade dos casos, podendo ocorrer de forma isolada ou em surtos epidêmicos sazonais. Fortes chuvas sazonais, ao provocarem enchentes e inundações, constituem condição favorável para o contágio, pois a bacteria Leptospira, agente etiológico da doença, pode dispersar-se facilmente no ambiente através da água. Está ligada a áreas com precárias condições de moradia e saneamento, sujeitas a enchentes e, diretamente relacionada à população de roedores sinantrópicos que albergam o agente etiológico nos rins eliminando-o constantemente no meio ambiente, contaminando solo e água. O número de casos humanos no mundo não é conhecido com exatidão, mas, estima-se que ocorram anualmente 1,03 milhão de casos clínicos com 58.900 óbitos. No Brasil é endêmica com picos epidêmicos nos meses com maior pluviosidade. No município de São Paulo, ela é transmitida geralmente, por água ou lama contaminadas no período de chuvas intensas, relacionando-se epidemiologicamente a fatores socioeconômicos, sugerindo que sua incidência possa ser usada como indicador social. O objetivo deste estudo foi descrever a ocorrência de leptospirose humana no município de São Paulo, no tempo e no espaço, entre 2007 e 2016. Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais. Foram utilizados dados secundários, baseados nas informações do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), entre os anos de 2007 e 2016. Foram feitas: análise descritiva; análise de tendência com modelos ajustados de regressão de Poisson com o auxílio do software R for Windows; gráfico confrontando número de casos e pluviosidade mensal; análise espacial com mapas temáticos e de intensidade de Kernel pelo software QGIS 2.16.1; estatísticas de varredura espacial, espaço-temporal e de variação espacial nas tendências temporais através do software SaTScanTM. O município de São Paulo, no período do estudo, apresentou coeficientes de incidência que variaram de 2,6/100 mil habitantes em 2009 a 1,4/100 mil habitantes em 2016. A letalidade média no período foi de 15,1%. Os resultados obtidos na análise de regressão apontaram para uma tendência de queda na incidência, mas, a letalidade apresentou-se alta. Tanto a incidência quanto a precipitação apresentaram forte comportamento sazonal, sendo maiores durante o verão. Na análise puramente espacial e na análise espaço-temporal foram identificados, respectivamente, 5 e 4 aglomerados com significância estatística, todos em áreas periféricas, mostrando que a doença ocorre, principalmente, nos extremos do município, onde reside a população mais carente e mais exposta devido, sobretudo, à ocupação desordenada. As maiores incidências da doença foram observadas em indivíduos do sexo masculino, com idade entre 20 a 59 anos (economicamente ativos), de raça/cor branca ou parda, residentes nas regiões Sul, Leste e Norte do município. Foi observada uma tendência de queda da incidência durante o período de estudo, para todas as faixas etárias e em todas as regiões. O maior risco observado e as maiores incidências ocorreram em áreas periféricas do município, principalmente nas regiões Sul, Leste e Norte. |