Alterações induzidas pelo uso de clorexidina sobre os efeitos vasculares e anti-hipertensivos da atorvastatina em ratos hipertensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferreira, Graziele Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-10042023-155808/
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial (HA) é uma doença multifatorial e está intimamente associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares. As estatinas são agentes hipolipemiantes que possuem efeitos pleiotrópicos importantes como a redução da pressão arterial, do estresse oxidativo e aumento da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO). O NO possui papel importante na homeostase cardiovascular, regulando o tônus vascular, o fluxo sanguíneo regional e a pressão arterial. Atualmente sabemos que os metabólitos do NO (nitrito, nitrato e nitrosotiois) também possuem papéis fisiológicos e cardiovasculares relevantes e que a manutenção de suas concentrações se dá através do ciclo êntero-salivar. Uma das etapas cruciais deste ciclo é a conversão do nitrato a nitrito através de bactérias da cavidade oral. Levando em consideração que o uso de enxaguante bucal compromete essa etapa, a hipótese do nosso trabalho é que a clorexidina reverta os efeitos anti-hipertensivos e vasculares ocasionados pela atorvastatina em ratos hipertensos 2R1C. Métodos: Foram utilizados ratos Sham e hipertensos 2R1C tratados com Atorvastatina (50mg via oral) e/ou Clorexidina aplicada com o auxílio de um swab. O tratamento foi realizado por 4 semanas, sendo a pressão arterial aferida por pletismografia de cauda. Ao final do protocolo, foi medida a quantidade de bactérias da cavidade oral por unidades formadoras de colônia. Após isso, os animais foram eutanasiados para a realização da reatividade vascular e coleta de aorta (para a medida de nitrato, nitrito e estresse oxidativo pelos métodos da lucigenina e DHE), plasma (para a medida de nitrato, nitrito e RXNO e estresse oxidativo pelos métodos de TBARS e atividade da XOR) e fígado (para a medida de nitrato, nitrito e RXNO e estresse oxidativo pelo método de TBARS). Resultados: Como resultados, obtivemos uma diminuição da contagem de bactérias diante da utilização de Clorexidina. O tratamento com atorvastatina foi capaz de reduzir a pressão arterial de animais hipertensos 2R1C, além de melhorar o efeito máximo da resposta de relaxamento à acetilcolina, sendo ambos os efeitos revertidos pelo tratamento concomitante com enxaguante bucal. No que se refere aos metabólitos do NO, a atorvastatina foi capaz de aumentar as concentrações de nitrito no fígado e de nitrato na aorta, sendo a clorexidina capaz de abolir estes efeitos. O enxaguante bucal também reverteu os efeitos da atorvastatina no sentido de diminuir a produção de superóxido dependente da NADPH oxidase na aorta, além de ter aumentado a peroxidação lipídica no plasma de animais hipertensos. Conclusão: É possível sugerir que os efeitos anti-hipertensivos da atorvastatina se devam, pelo menos em parte, a sua capacidade de aumentar a disponibilidade de NO, já que todos os efeitos benéficos foram abolidos pela utilização concomitante com o enxaguante bucal clorexidina. Nesse sentido, a manutenção do ciclo êntero salivar do nitrato e sustentação da via nitrato-nitrito-NO são cruciais para que a atorvastatina exerça seus efeitos na hipertensão arterial.