Enxaguante bucal inibe os efeitos anti-hipertensivos da Larginina em modelo de hipertensão 2R1C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Batista, Rose Inês Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-16102019-110724/
Resumo: Introdução: O óxido nítrico (NO) é produzido pela ação das óxido nítrico sintases (NOS), possuindo como único substrato para essa produção o aminoácido L-arginina. Além dessa via, a biodisponibilidade de NO também pode ser aumentada pelo ciclo êntero-salivar do nitrato, no qual a presença de bactérias orais com capacidade nitrato redutase é limitante. Assim, a hipótese deste trabalho é de que o enxaguante bucal pode atenuar os efeitos benéficos da L-arginina na hipertensão. Métodos: Ratos Hannover foram divididos em 4 grupos Sham e 4 grupos 2 rins 1 clipe (2R1C) com os tratamentos Veículo (água), Enxaguante bucal, L-arginina e L-arginina + Enxaguante bucal. O tratamento com L-arginina foi feito na água de beber em uma concentração de 10g/L e o enxaguante bucal foi aplicado na mucosa oral com o auxílio de um swab. A pressão sistólica foi monitorada semanalmente e ao final das 4 semanas de tratamento, todos os animais foram submetidos a análise da atividade nitrato redutase das bactérias orais, além de reatividade de aorta e coleta de plasma e aorta para análises bioquímicas. Todos os procedimentos foram aprovados pelo CEUA do campus da USP de Ribeirão Preto (Protocolo nº 142/2017). Resultados: A atividade nitrato redutase das bactérias da cavidade oral foi diminuída pelo uso de enxaguante. A pressão sistólica aumentou significativamente nos ratos 2R1C em relação aos do grupo Sham já na primeira semana de hipertensão. O tratamento com L-arginina foi capaz de diminuir a pressão arterial em todas as semanas e o enxaguante reverteu significativamente o efeito da L-arginina nas semanas 3, 5 e 6. Em relação à reatividade de aorta, a hipertensão foi capaz de diminuir o relaxamento à acetilcolina, ocasionando prejuízos tanto no pD2 quanto no Emax. A L-arginina foi capaz de melhorar a função vascular dos ratos hipertensos, tornando a resposta de relaxamento à acetilcolina semelhante à dos grupos Sham e a administração concomitante com enxaguante reverteu essa melhora. Nos ratos hipertensos, o tratamento com L-arginina aumentou as concentrações de nitrato na aorta e o enxaguante reverteu esse aumento. Ainda, o enxaguante bucal tendeu a diminuir as concentrações plasmáticas de nitrito, espécies nitrosiladas e nitrosotiois. Conclusão: Em nosso estudo, a L-arginina foi capaz de ocasionar diminuição nos valores pressóricos e melhora na função vascular, sendo estes efeitos diminuídos pelo enxaguante oral. Portanto, sugere-se que a integridade funcional do ciclo ênterosalivar do nitrato é importante para o efeito anti-hipertensivo da L-arginina