Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Clivia Maria Moraes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-29052023-112013/
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Resumo: |
Cromomicose e doença de Jorge Lobo são micoses subcutâneas que, a despeito de serem causadas por distintos agentes etiológicos, apresentam similaridade clínica manifestando-se como doença localizada, sobretudo nos membros inferiores, de evolução crônica e êxito terapêutico não totalmente eficaz. Seus agentes etiológicos podem sofrer o fenômeno de eliminação transepitelial e apresentam melanina constitutiva na parede celular, apesar de o fungo causador da doença de Jorge Lobo não ser demáceo, o que confere resistência aos oxidantes produzidos por macrófagos, diminuindo a capacidade de eliminar o patógeno. Em virtude da cronicidade da doença de Jorge Lobo e cromomicose, com permanência do fungo no tecido por longo período, é de suma importância a ativação do sistema imunológico do hospedeiro e, apesar de alguns trabalhos já terem descrito o padrão de resposta imune local em ambas as doenças, pouco sabemos sobre a participação e o possível papel de novos perfis citocínicos na evolução das lesões nestas micoses profundas. Realizou-se a avaliação da participação da resposta Th22 nas lesões cutâneas de doença de Jorge Lobo e cromomicose através da expressão tecidual de citocinas, utilizando a marcação imuno-histoquímica para IL-22, TNF-, IL-10, IL-13, FGF básico, comparando-as entre as doenças e com o grupo controle. Foram também analisadas as características clínico-demográficas dos pacientes investigados. Dos 17 pacientes portadores de cromomicose analisados, 94.1% eram do gênero masculino, 70.58% tinham entre 40 e 60 anos, em relação à localização das lesões 88.2% eram nos membros inferiores e 11.76% nos membros superiores, sendo todos os pacientes paraenses. Dos 16 pacientes portadores de doença de Jorge Lobo analisados, 81,25% eram do gênero masculino, 81,25% tinham a faixa etária entre 40 e 60 anos e a localização das lesões em 43.75 % dos casos era nos membros inferiores, 25% na orelha, sendo todos os pacientes paraenses. Foi nítido o predomínio da expressão do perfil Th22 caracterizado pela imunomarcação das citocinas pesquisadas no tecido dos pacientes com doença de Jorge Lobo e cromomicose, comparado ao controle. Quando as doenças foram comparadas, não foi observada diferença estatística condizente com expressão da IL-13 e IL-22, no entanto, na doença de Jorge Lobo, a quantificação da IL-10 e do FGF básico foi mais acentuada com diferença significante quando comparada à cromomicose e a quantificação do TNF- foi mais expressiva na cromomicose em comparação com a doença de Jorge Lobo. Dessa forma, o estudo de citocinas do perfil Th22 in situ revelou que, em ambas as doenças, os marcadores pesquisados corroboram com resposta compensatória ao dano tecidual acentuado produzido pelo perfil Th1 e Th17, com resposta microbicida eficiente. Por outro lado, o perfil Th22 encontra no Th2 e Treg o sinergismo para mediar a resposta anti-inflamatória que contribui para a construção de uma resposta granulomatosa para a geração de lesões verrucosas, quadros de hiperplasia pseudoepiteliomatosa e fibrose, observada nas lesões dos pacientes. Apesar desses novos achados, ainda há muitas incertezas sobre o assunto, o que suscita mais estudos para investigar as correlações subjacentes entre os perfis Th e a doença de Jorge Lobo e cromomicose, na tentativa de auxiliar no grande obstáculo do insucesso terapêutico da maioria dos pacientes |