Gramaticalização e semanticização das preposições \'a\' e \'para\' no português brasileiro (séculos XIX e XX)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Kewitz, Verena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-01122009-101905/
Resumo: Esta tese teve por objetivo analisar dois processos envolvendo as preposições a e para no Português Brasileiro: gramaticalização e semanticização. A pesquisa teve como base a proposta de Castilho (2006), que entende a língua como um sistema complexo, dividido em quatro subsistemas: Gramática, Semântica, Discurso e Léxico, sem que haja hierarquia ou determinações entre eles. A análise levou em conta fatores sintáticos e semânticos, como a posição que a e para ocupam na sentença, especialmente em relação ao verbo, a categoria sintática e semântica do complemento da preposição e o tipo de verbo a que se relacionam. Além disso, considerou-se o tipo de documento em que essas preposições aparecem, tendo em vista os trabalhos de Simões & Kewitz (2005, 2006). Para uma análise mais apurada das mudanças lingüísticas de um determinado fenômeno, é de extrema importância observar o contexto de produção do documento: (i) grau de simetria entre escritor/leitor e falante/ouvinte, (ii) grau de planejamento do texto, (iii) dimensão da ação comunicativa, entre outras categorias lingüístico-discursivas. O sentido de base de a e para direção/ponto de chegada de um percurso, se mantém. Mesmo nos contextos mais abstratos, pode-se entrever seu sentido de base pelo mecanismo da metáfora. O papel dessas preposições, assim como diversas outras, é estabelecer a relação espacial entre Figura e Ponto de Referência. A partir de dados dos séculos XIX e XX, coletados em documentos brasileiros, a pesquisa confirmou fatos observados por alguns estudiosos sobre a mudança a > para. No entanto, teve o cuidado de não fazer generalizações, por levar em conta os fatores apontados acima.