Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Maria Letícia Macêdo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8164/tde-22082022-190858/
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Resumo: |
Entre a ida e o destino, encontra-se um itinerário, que transforma o começo e o fim em imprevisibilidade. Confessando, nas autobiografias Le coeur à rire et à pleurer (1999) e La vie sans fards (2012), seu exercício de busca de si, Condé revela, de certa forma, o devir de sua procura da liberdade, do canibalismo como companheiro de viagem, de escrita e de vida. Ela chama sua série de deslocamentos de \"viagens de descoberta\" e o que ela descobre com esse movimento é que não há destino, senão a certeza da mudança. A diferença é a chave que se repete independentemente do lugar em que esteja. Ao contrário da \"descoberta\" dos \"descobridores\", colonizadores, que significa \"se apossar\", a descoberta de Condé, de quem tantas coisas já haviam sido tiradas, ganha um outro significado, a de náufraga. Num percurso, também percorrido por Frantz Fanon, Condé se distancia das perspectivas de semelhança e homogeneidade, especialmente das que dependem da imagem. Dentre as possíveis vias de alcance de uma expressão de si que são dispostas e instruídas por ordens e desordens literárias (de Aimé Césaire, Édouard Glissant...), Condé busca articular sua liberdade para \"além\" delas. A partir do seu canibalismo, expressar-se viria da contínua alimentação inevitável dos exteriores (rompendo delimitações convencionais, fronteiras), que entram em combustão consigo mesma, numa espécie de troca. Nessa busca pela \"liberdade\", a corrida pelo estar \"além\", desviar-se da ordem e da desordem, inevitavelmente percorreu a questão, ou as questões, da mulher. Audre Lorde, que reconhece a poesia não como um luxo, mas como uma necessidade para mulheres, vê, consequentemente, que os \"santuários\" de sentimentos são um abrigo da diferença. A \"estrangeiridade\" de Condé ressoa também em Glória Anzaldua. Condé se revela em Le coeur e La vie sans fards através do seu percurso, do seu itinerário e do seu movimento. Por fim, podemos notar, nela, que a imprecisão da viagem rompe com as bordas da ordem e da desordem, abrindo rizomas para, possivelmente, a liberdade. |