Desvendando padrões de endemismo e sua relação com o clima na região Neotropical: um estudo de caso com a tribo Bignonieae (Bignoniaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Narvaez-Gomez, Juan Pablo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-05042021-152618/
Resumo: Bignonieae (Bignoniaceae) é um clado de lianas distribuído por toda a região Neotropical e um componente importante de Torestas úmidas. A história biogeogra7ca deste clado está profundamente associada aos principais eventos que moldaram as paisagens Neotropicais. O clima aparenta ter tido um papel importante na distribuição das espécies tanto em escala ampla quanto local neste clado de plantas. Esta tese visa ampliar esse conhecimento através da de7nição de áreas de endemismo da tribo e investigar sua relação com o clima através de três objetivos centrais. Em primeiro lugar, avaliamos qual é o estado do conhecimento da distribuição das espécies de Bignonieae, através de uma análise de viés espacial e da qualidade do banco de dados de distribuição de Bignonieae mais completo até o momento. Em segundo lugar, realizamos uma análise de endemicidade para descobrir quais são as áreas de endemismo de Bignonieae e explorar o efeito da escala espacial e possíveis ambiguidades na formação destes padrões. Também analisamos a congruência espacial das áreas de endemismo com diferentes esquemas de regionalização biogeográ7ca. Terceiro, exploramos a relação dessas áreas com o clima por meio de uma análise do nicho climático Grinnelliano das espécies endêmicas usando técnicas de ordenação. Descobrimos que (i) mais esforços de coleta são necessários em toda a região Neotropical para aumentar a representação de novas localidades, especialmente na Toresta amazônica que apesar de ser o principal centro de diversidade do grupo é a região menos amostrada. As áreas com melhor amostragem foram encontradas espalhadas pela América Central, pela Amazônia Peruana e Boliviana e ao redor de algumas cidades brasileiras. Descobrimos que (ii) as áreas de endemismo estão distribuídas por toda a região Neotropical, são mais numerosas em escalas espaciais mais abrangentes e se sobrepõem extensivamente em setores geográ7cos especí7cos aonde apresentam baixos níveis de ambiguidade. A congruência espacial entre as áreas de endemismo e as unidades biogeográficas da região Neotropical foi baixa de uma forma geral, embora os padrões de endemismo encontrados são semelhantes aos de outros taxa. Finalmente, descobrimos que (iii) diferenças de nicho entre as espécies endêmicas pertencentes a diferentes áreas de endemismo não têm relação com as áreas de endemismo nas quais as espécies pertencem, mas refletem a heterogeneidade climática dessas áreas. Nenhum processo ecológico comum foi encontrado entre as espécies da mesma área. Os nossos achados corroboram a hipótese de que a correlação entre o endemismo e o clima contemporâneo se deve principalmente à auto correlação espacial entre o clima e geogra7a. Esta tese destaca a importância do uso de bancos de dados de distribuição bem curados para explorar padrões de distribuição de espécies e suas causas.