Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Gomes-Silva, Flavio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-24022010-112022/
|
Resumo: |
Acarodomácias (ou domácias foliares) são cavidades ou tufos de tricomas localizados nas axilas entre as nervuras na face abaxial das folhas. Por meio dessas estruturas, várias espécies de angiospermas lenhosas estabelecem um mutualismo com ácaros benéficos (fungívoros e predadores). Nessa simbiose, as domácias foliares fornecem abrigo e proteção aos ácaros contra inimigos naturais e dessecação, enquanto os ácaros protegem as plantas contra fungos patogênicos e artrópodes fitófagos. Essas estruturas estão presentes em várias espécies da tribo Bignonieae (Bignoniaceae), um grupo monofilético com cerca de 382 espécies de lianas e arbustos neotropicais. A notável variedade de acarodomácias na tribo, somada à disponibilidade de uma filogenia robusta do grupo, torna Bignonieae um excelente modelo para investigar a evolução dessas estruturas. O presente trabalho visou caracterizar as acarodomácias de Bignonieae e estudar a evolução dessas estruturas no grupo. Além disso, realizou testes de correlação entre a evolução de acarodomácias e a de outras características potencialmente associadas à acarofilia: pilosidade foliolar e nectários extraflorais (NEFs). As acarodomácias estão presentes em 58 das 103 espécies analisadas, abrangendo 12 dos 20 gêneros da tribo presentes na filogenia. Foi constatada a presença de domácias primárias, secundárias e terciárias, e dos componentes bolso, tricomas e cova. A variação intra-específica constatada para esses caracteres foi marcante. Além disso, todos eles revelaram-se homoplásticos (múltiplas evoluções e reversões). Foi encontrada uma correlação positiva entre os padrões de evolução de domácias primárias, secundárias e terciárias, e um surgimento sequencial dessas estruturas: primeiro surgiram as domácias primárias, depois as secundárias e, por fim, as terciárias. Quanto aos componentes, bolso e tricomas mostraram-se onipresentes e revelaram uma evolução correlacionada; a evolução do componente cova, por sua vez, não se mostrou correlacionada a dos outros componentes. O padrão de evolução de pilosidade foliolar revelou que, em geral, primeiro surgiram tricomas sobre as nervuras e, posteriormente, os tricomas se estenderam pela lâmina. A evolução de acarodomácias também se mostrou correlacionada à de pilosidade foliolar. É possível que a pilosidade e as acarodomácias atuem em conjunto no mutualismo planta-ácaro benéfico. Adicionalmente, constatou-se que as evoluções de acarodomácias estão sempre relacionadas à presença de tricomas, sugerindo que os tricomas devem ter uma papel especial na acarofilia. Não se observou correlação entre a evolução de domácias foliares e a de NEFs. Este estudo representa o primeiro trabalho sobre a evolução de acarodomácias, e traz importantes subsídios para pesquisas futuras sobre diferentes aspectos da biologia dessas estruturas em Bignonieae, especialmente no que tange a interação planta-ácaro benéfico. |