Avaliação da eficácia analgésica da buprenorfina isoladamente ou associada à dexmedetomidina para o controle da dor em gatas submetidas à ovariohisterectomia eletiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Isabela Torquato de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-30112022-150155/
Resumo: O tratamento da dor nos animais, embora seja sempre um desafio, vem se aprimorando com o surgimento de novas modalidades terapêuticas e de diagnóstico. Os opioides constituem uma importante classe de fármacos empregados em felinos, sendo a buprenorfina uma segura opção terapêutica nesta espécie. Desta forma, o presente estudo prospectivo, randomizado e cego, teve por objetivo verificar a eficácia analgésica da buprenorfina isoladamente ou associada à dexmedetomidina no controle da dor em gatas submetidas à ovariohisterectomia eletiva, bem como a mensuração da glicemia, cortisol e interleucina-6. Trinta e seis gatas (12 ± 5 meses e 2,9 ± 0,5 kg) foram randomizadas em três diferentes grupos: grupo buprenorfina (B) 20mcg/kg, grupo buprenorfina 20mcg/kg + dexmedetomidina (BDex) 10mcg/kg e grupo dexmedetomidina (Dex) 10mcg/kg, administradas pela via intramuscular (IM) como medicação pré-anestésica. As gatas, foram avaliadas ao longo de 24 horas a partir do momento basal através de ferramentas objetivas (parâmetros fisiológicos) e subjetivas (escalas de dor). Medicação de resgate analgésico foi realizada com dipirona 25mg/kg IV de acordo com a pontuação de resgate ≥5/20 segundo a Escala composta de dor em felinos - Glasgow (CMPS-Feline). O grau de significância estabelecido foi de 5% (p<0,05). Não houve mudanças clinicamente relevantes nos parâmetros fisiológicos, porém as gatas do grupo B apresentaram menor valor de glicemia no momento TOVD quando comparada aos outros grupos (p <0,0001). O cortisol sérico no grupo B apresentou-se maior em relação ao grupo BDex (p=0,0298) e Dex (p=0,0022). Nos escores de sedação, houve diferença significativa entre os grupos sendo que o grupo B apresentou grau de sedação menor que o grupo BDex nos momentos TMPA e T1h (p <0,0001) e Dex nos momentos TMPA e T1h (p=0,0336; p=0,0019), respectivamente. Quanto aos escores de dor, não houve diferença significativa entre os grupos em nenhuma das escalas de dor utilizadas. A escala facial de felinos apontou diferença entre momentos, sendo que nos grupos Bdex e Dex, o TB apresentou menores valores em relação ao T1h (p=0,0063 e p=0,0206 respectivamente) e T2h (p=0,0406 e p=0,0043, respectivamente). Foram observados diferentes efeitos adversos tais como midríase, prolapso de terceira pálpebra, vocalização, êmese, sialorreia, excitação, disforia, entre outros. Quanto ao resgate analgésico houve diferença significativa entre o grupo B e Dex (p=0,0130) e entre o grupo BDex e o Dex (p=0,0041), sendo o grupo Dex o que apresentou maior número de resgates 10/17 animais. Assim, a partir dos resultados encontrados, pode-se concluir que o emprego da buprenorfina na dose de 20mcg/kg pela via IM em gatas mostrou-se seguro e eficaz para o controle da dor em gatas submetidas à ovariohisterectomia eletiva em até seis horas de pós-operatório quando utilizada isoladamente ou associada a dexmedetomidina, não apresentando qualquer efeito sedativo.