Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Greice de Nobrega e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-16082019-124010/
|
Resumo: |
Com base nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) de linha francesa e na interface que estabelecemos com a Glotopolítica, este trabalho interroga características do discurso pedagógico (DP) sobre a língua espanhola (LE) na construção dos sentidos instalados na relação sujeito brasileiro/LE. Partindo da problematização sobre a recorrência da imagem de língua de cultura que circula e ganha força nos contextos de ensino-aprendizagem da LE, indagamos a forma como, no DP, essa imagem é construída e se torna dominante. Para tanto, nos valemos da análise de um corpus composto por atividades didáticas com canções - elaboradas por um grupo de professores atuantes em diversos níveis e âmbitos de ensino no Brasil e um questionário com comentários sobre a aplicação dessas atividades. Cotejamos os resultados obtidos com atividades de um site espanhol (que disponibiliza material didático para professores e aprendizes) e com livros didáticos brasileiros. Considerando as especificidades das condições de produção relativas a cada tipo de material que analisamos, detectamos relações interdiscursivas que confirmam que o trabalho de orientação de sentidos disparado pelo DP se dá na contradição entre: (1) uma abordagem da LE que acaba por \"coisificá-la\" pois tem como foco didático-pedagógico o plano gramatical da língua, como \"forma esvaziada de sentido\", e o plano lexical, que a coloca numa lógica unívoca \"palavra-objeto do mundo\" e (2) outra abordagem que, a partir de diferentes formas de remissões, enfatiza os processos sócio-historicamente localizados, com especial atenção à recorrência de temáticas ligadas às ditaduras militares da América Latina. Esta forma de trabalho se dá como predominante nos materiais produzidos no Brasil e nos leva a associar tal regularidade à construção da imagem de língua de cultura. Detectamos, assim, duas formações discursivas em colisão no interior do DP sobre a LE: uma globalizante e a outra particularizante. Associamos o jogo de forças que as coloca em funcionamento, por um lado, aos efeitos das ideologias linguísticas forjadas na medida em que a LE é imbuída de um valor de mercado, e por outro, entendemos que o confronto se dá pela forma como diferentes acontecimentos em torno da história da LE no Brasil atualizam relações de sentido. Mobilizamos a noção de memória na AD para discutir sobre o entrelaçamento dessas relações e apontar movimentos no espaço de enunciação em que sujeitos e línguas (co)habitam. Em nossas conclusões, indicamos o papel da universidade nesse jogo de forças e discutimos como a LE se configura como uma dimensão da linguagem em que o \"sujeito da resistência\" emerge, e apontamos, por fim, como a canção exerce uma função específica na convocação desse sujeito. |