Compor o cancionista: apontamentos para uma abordagem do estilo na canção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Queiroz, Zeno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-06072022-163036/
Resumo: Esta pesquisa objetiva precisar o valor metodológico do conceito de \"dicção\" para a metalinguagem descritiva da semiótica da canção, com o intuito assim de delimitar alguns apontamentos que possibilitem uma abordagem teórico-prática do estilo no texto cancional. Almeja-se investigar, pois, a partir daquilo que configura o eixo nuclear da canção - qual seja seus elos de melodia e letra -, o modo pelo qual se pode compor o cancionista, isto é, de que forma, por meio da análise dos textos e de suas relações intertextuais, é possível (re)constituir sua identidade. Para tanto, opera-se inicialmente, com base no exame cronológico dos trabalhos de Luiz Tatit sobre canção popular publicados como livros ou capítulos de livros, uma arqueologia da semiótica da canção à luz da ideia de \"dicção\", a fim de se recuperar tanto a historicidade da teoria quanto a do conceito. Em seguida, explora-se a noção ampla de \"estilo\" a partir primeiramente de seus estágios de incorporação à anatomia teórica da Escola Semiótica de Paris, em geral, e posteriormente em relação àquilo que toca à canção popular, em específico. Depois, visando a dar materialidade prática às generalidades teóricas, tomam-se para estudo doze canções: quatro de Milton Nascimento, quatro de Lô Borges e quatro de Beto Guedes, as quais são examinadas em suas dimensões letrística e melódica, para que se possam extrair das análises individuais os traços comuns ao projeto geral de compatibilização que identifica (1) a dicção de cada um dos três enunciadores-cancionistas e (2) a dicção coletiva do macroenunciador \"Clube da Esquina\". Por fim, a concepção de gênero discursivo é integrada à perspectiva semiótica por meio do conceito de práxis enunciativa e aplicada ao campo da canção, com vistas a se delimitar as características que tipificam dicções coletivas como a de gerações de cancionistas ou a de gêneros cancionais.