Adaptação cultural para o Brasil do Child Abuse and Neglect Reporting Self-Efficacy Questionnaire (CANRSE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Leandro, Vitória Carla Conceição Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-21052024-154945/
Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde define violência como o uso de força física ou de poder, em forma de ameaça ou praticada, contra si próprio, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou que possa resultar em sofrimento, morte, desenvolvimento físico, mental ou social prejudicado ou privação. No Brasil, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, configura-se como violência contra crianças e adolescentes todas as formas de maus-tratos ou abuso sexual, negligência, exploração comercial ou outras formas de exploração, que possam derivar em danos potenciais ou reais às crianças ou aos adolescentes. Abuso e negligência contra crianças e adolescentes são problemas prioritários de saúde pública e, quando a elaboração de estratégias para a sua prevenção é negligenciada, podem ocasionar em danos físicos, biopsicossociais e prejuízos em seu crescimento e desenvolvimento com importantes repercussões para sua vida adulta. É objeto do presente estudo a versão adaptada para o Brasil do Child Abuse and Neglect Reporting Self-Effícacy Questionnaire. Objetivo Geral: Adaptar culturalmente o Child Abuse and Neglect Reporting Self-Efficacy Questionnaire para o Brasil. Método: Estudo metodológico envolvendo 126 profissionais da saúde do Brasil, desenvolvido entre os anos de 2022 e 2023. O processo de tradução e retrotradução do instrumento seguiu padrões internacionais e a validade de face foi implementada com a utilização de método proposto pelo grupo europeu DISABKIDS, adaptado para o Brasil pelo Grupo de Pesquisa sobre Medidas em Saúde. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Resultados: A versão retrotraduzida do CANRSE foi validada pela sua autora que sugeriu unificar as dimensões \"Confiança para notificação dos Casos suspeitos\" e \"Confiança para notificação dos Casos conhecidos\", adaptando a estrutura fatorial do CANRSE composto por três dimensões e 55 itens, na versão brasileira, por duas dimensões e 35 itens. O CANRSE-35BR foi muito bem avaliado pelos participantes com a maioria deles o considerando bom ou muito bom (88,1%), com questões fáceis de entender (74,4%), sem qualquer dificuldade com as opções das respostas (75,2%) e muito importantes para a situação (86,4%). Também, a maioria não quis acrescentar alguma coisa no questionário (92,0%) e quis responder a todas as questões (98,4%). Considerações Finais: O processo de tradução para o português falado e escrito no Brasil e retrotradução do CANRSE preservou a equivalência conceitual dos itens. A versão traduzida para o Brasil do CANRSE, denominada CANRSE-35 BR, apresentou validade de face, evidências de aplicabilidade e pode ser considerada adaptada culturalmente para o país. Ressalta-se também, a necessidade de desenvolvimento de estudos que abordem sobre o princípio do melhor interesse da criança, no contexto dos atendimentos de serviços de saúde, nos três níveis de atenção à saúde, visto ficar claro neste estudo, ainda a falta de conhecimento de alguns dos participantes sobre este assunto.