Identificação e notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes : uso de software como ferramenta de apoio

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Calza, Tiago Zanatta
• Orientador(a): Castellá Sarriera, Jorge
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Maus-tratos infantis; Criança; Adolescente; Notificação de abuso; Programas de computador
• Palavras-chave em Inglês: maltreatment; children; adolescents; reporting
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196931

Esta tese de doutorado buscou entender diferentes fatores que facilitam ou dificultam a identificação e a notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes brasileiros. Além disso, objetivou apresentar e testar uma ferramenta de apoio, com o intuito de auxiliar profissionais nesses processos. Para isso, foram realizados três diferentes estudos: O Estudo 1 é uma revisão sistemática da literatura brasileira, que investigou os entraves para a identificação e notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes, a partir de 28 artigos que atingiram os critérios de inclusão. Realizaram-se análises categoriais, criando-se seis categorias: “Capacitação”, “Relação com o agressor”, “Aspectos do profissional”, “Incerteza do diagnóstico”, “Preocupação com a criança ou família” e “Confiança nos órgãos de proteção”. Os resultados foram discutidos e analisados, bem como propostas alternativas para a melhoria do cenário vigente. No Estudo 2 buscou-se investigar os fatores que facilitam e dificultam a identificação e notificação de casos de maus-tratos para profissionais de saúde e educação. Foram realizados seis grupos focais em diferentes locais de trabalho. Os resultados da análise de conteúdo foram divididos em três eixos temáticos: Os Usuários (Categoria “Violência como Segredo de Família”); Os Profissionais (Categorias “Receios dos Profissionais”, “Omissão/Desinteresse”, “Desamparo/Impotência” e “Capacitação dos Profissionais”); e Os Serviços (Categorias “Sobrecarga/ Falta de Estrutura”, “Relação com o Conselho Tutelar”, “Dividir a Responsabilidade”, “Falhas na rede”, “Público/Privado”, e “Proximidade da Escola e dos Agentes Comunitários”). Discutiram-se os resultados à luz da literatura científica, bem como possibilidades de intervenção. O Estudo 3 apresenta uma análise comparativa entre avaliações de maus-tratos com e sem o auxílio de um software. Participaram 1) especialistas em violência contra crianças e adolescentes, e 2) profissionais que trabalham com essa população. Eles avaliaram cinco casos respondendo a um questionário, e após com o auxílio do software. Os resultados indicaram diferenças na avaliação entre profissionais e juízes, assim como diferenças e similitudes nas avaliações utilizando o software. Foram discutidos os resultados encontrados, bem como a importância do desenvolvimento de tecnologias na psicologia. Após, foi realizada uma discussão geral integrativa, articulando elementos dos três estudos e refletindo acerca deles. Por fim, foram apresentadas reflexões sobre pesquisas futuras, bem como sobre a importância de intervenções e trabalhos voltados para a prática profissional.