Graciliano Ramos e a Novidade: o astrônomo do inferno e os meninos impossíveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Lebensztayn, Ieda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-24112009-160650/
Resumo: Apresento a Novidade, revista alagoana de 1931 que procurou combater chavões na política e na arte. Foram seus colaboradores: Alberto Passos Guimarães, Aurélio Buarque de Holanda, Aloísio Branco, Carlos Paurílio, Graciliano Ramos, Jorge de Lima, José Lins do Rego, Santa Rosa, Valdemar Cavalcanti, Willy Lewin. Como os jovens desse grupo reagiam ao sem novidades e foram chamados de meninos impossíveis, analiso uma cena de Sem novidades no front, de Erich Maria Remarque, e O mundo do menino impossível, de Jorge de Lima, percebendo no grupo elementos de modernismo, regionalismo, atualidade crítica e preocupação social. A partir de textos de alguns escritores do semanário, esboço seus perfis e apreendo sua postura crítica contra o lugar-comum de miséria, ignorância, violência e política personalista. Centrados nessas questões, sobressaem os textos de Graciliano Ramos na Novidade: o capítulo XXIV de Caetés e as crônicas Sertanejos, Chavões (inéditas em livro), Milagres e Lampião. Constituem a melhor expressão crítica da revista e deixam ver os impasses contidos em estereótipos, que o escritor combateu ao construir suas personagens. Estudo esses textos, vinculando-os a Nuvens e Os astrônomos (Infância) e, num movimento analítico-interpretativo de cenas e imagens centrais de S. Bernardo, Angústia e Vidas secas, busco a poética, essencialmente ética, de Graciliano Ramos. Desvelando o impasse do intelectual num mundo de violência, ele configurou, artisticamente juntos, os problemas sociais e morais de seus protagonistas, de modo a evidenciar, a um tempo, a ordem social iníqua, a necessidade de compreensão do outro e um sentido de vanidade de tudo. Esforçando-se por compreender as semelhanças e diferenças entre as palavras, as coisas e os seres, resistiu ao lugar-comum por meio da escrita literária.