Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Braga, Ana Claudia Rocha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-28032008-112111/
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Resumo: |
O cerrado é a maior, mais rica e provavelmente a mais ameaçada savana tropical do mundo. No entanto, grande parte de sua área foi ocupada por empreendimentos de agropecuária, nos quais não foram respeitados princípios básicos de conservação, sendo que cada grupo ou táxon reage de forma diferente a mudanças ambientais desse tipo. As aves de rapina, como os Falconiformes e os Strigiformes, são especialmente prejudicadas, pois são considerados predadores de topo de muitas teias alimentares. Porém, para saber como essas aves são afetadas pelas mudanças ambientais causadas pela ação do homem é necessário entender quais fatores são relevantes na \"escolha\" do ambiente de determinada espécie e assim compreender a razão de uma possível seletividade de hábitat. Sendo assim, o presente estudo observou características ecológicas de duas espécies de corujas comuns e bem distribuídas no Brasil, Megascops choliba e Athene cunicularia. Dentre os objetivos estão analisar a metodologia de estudo dessas aves de rapina, com possíveis efeitos na detecção de contatos e verificar o uso de hábitat, em diferentes fisionomias de cerrado, por parte das duas espécies de corujas. O estudo foi realizado na região da Estação Ecológica de Itirapina, no interior do estado de São Paulo. Para contatar as corujas foram realizados experimentos de playback em pontos de amostragem distribuídos em quatro fisionomias (neste estudo consideradas habitats) de cerrado. A atividade vocal de M. choliba variou conforme a temperatura e a umidade relativa. Esta espécie respondeu mais ao playback em condições de temperatura e umidade relativa altas. Athene cunicularia mostrou variar sua atividade vocal conforme a fase da lua e a intensidade do vento. Indivíduos desta espécie respondem mais intensamente ao playback em noites de lua cheia e menos em noites com ventos mais fortes. As duas espécies de corujas se distribuem diferentemente entre as fisionomias de cerrado. Athene cunicularia distribui-se distintamente entre fisionomias fechadas e abertas (Hk-w = 9,976; p = 0,0188), utilizando mais frequentemente as os campos limpo e sujo. Megascops choliba também se distribui diferentemente entre as fisionomias de cerrado (Hk-w = 10,88; p = 2 0,0137), utilizando preferencialmente o campo cerrado e o cerrado s.s.. Segundo os modelos tidos como os melhores, pela seleção de modelos feita através do AIC (Aikaike\'s Information Criterion), a variável com maior poder explicativo é o número de arbóreas para as duas espécies. Megascops choliba e A. cunicularia se segregam ecologicamente, havendo partição divergente de recursos espaciais, devido a seus requisitos para nidificação e forrageamento. Ocorre sobreposição intermediária no uso do habitat entre ambas espécies (O = 0,466). Já quanto a amplitude de nicho espacial (uso de habitat) M. choliba foi generalista (Bst = 0,753) e A. cunicularia intermediária (Bst = 0,453). Sendo assim, estas espécies divergem na seleção de habitat, se distribuindo diferentemente entre as fisionomias de cerrado de acordo com o número de arbóreas. Este estudo sugere, ainda, a importância de se levar em consideração as variáveis climáticas em estudos com o uso de vocalizações de aves de rapina noturnas, servindo também de subsídio para pesquisas futuras sobre censo dessas aves. |