Corpos dançantes: experiências e memórias em dois grupos de dança de periferias brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alencar, Yasmim Nóbrega de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-12112018-185501/
Resumo: A presente dissertação apresenta resultados da pesquisa Corpos dançantes: experiências e memórias em dois grupos de dança de periferias brasileiras, sob orientação da Profª. Drª. Régia Cristina Oliveira, no contexto do mestrado acadêmico em Estudos Culturais, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades, da Universidade de São Paulo, entre os anos 2016 e 2018. Tendo dois grupos de dança contemporânea (Centro de Experimentações em Movimento e Núcleo de Dança Pélagos) como objeto de pesquisa, o objetivo deste trabalho foi apreender das experiências e memórias de indivíduos de classes populares de São Paulo e Fortaleza, ex-integrantes dos grupos, como a dança transformou o percurso profissional e pessoal de cada um(a) deles. No âmbito teórico-metodológico, trabalhou-se fundamentalmente com os seguintes conceitos e autores(as): corpo e simbolismos (Le Breton), conatus/afetos/afetações (Espinosa), corpo-mente (Espinosa), corpo-rascunho (Le Breton), corpo político, dança contemporânea (Louppe, Primo, Faro e etc), memória (Bosi), descolonização (Fanon), hibridez (Bhabha), racismo estrutural (Almeida), interseccionalidade (Crenshaw), culturas e empoderamento (Berth). Partindo da consideração do corpo como produção social e cultural, buscamos discuti-lo no contexto da dança, das potências e limites apresentados nas experiências dos sujeitos. A abordagem metodológica foi qualitativa, com técnicas de pesquisa. Trabalhamos com entrevista etnobiográfica, história de vida, levantamento de dados documentais (notícias de jornal e fotos de arquivo pessoal dos entrevistados) coleta de dados na internet, em acervos pessoais e registro de trabalho de campo. Concluímos que ocorreram transformações profundas na subjetividade, na vida dos sujeitos, em suas relações e na forma como passaram a lidar com as próprias emoções. Verificamos que as afetações exerceram papel crucial nessas transformações. Ao mesmo tempo, os sujeitos ainda enfrentam limites socioeconômicos, políticos e culturais provenientes da desigualdade social, individual e coletiva em que vivem, em suas respectivas cidades. São problemas decorrentes do racismo, machismo, da misoginia, da negação do Direito à cidade, à moradia e a tantas outras questões que encontram pelo caminho. Contudo, lutam e atuam em iniciativas de resistência cultural e política onde residem, impactando a realidade da qual são parte ativa nos processos, pressionando gestões culturais e influenciando políticas públicas de cultura locais e também nacionais, além de contribuírem em espaços formativos e criativos para as juventudes de periferias paulistanas e cearenses, experiências artísticas afetivas e transformadoras como foram o CEM e o Pélagos, no passado