Contribuição ao estudo da etiologia da mancha oleosa da fôlha de maracujá (Passiflora edulis Sims) causada por Xanthomonas passiflorae n. sp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1968
Autor(a) principal: Pereira, Antonio Lima Goncalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144318/
Resumo: O objetivo dêste trabalho visou a identificação e o estudo do agente causal da mancha oleosa da fôlha de maracujá (Passiflora edulis), de material provenientes da zona Araraquarense, São Paulo. É uma doença de origem bacteriana que vem causando prejuízos substanciais aos produtores de frutos do maracujá. É a primeira vez que a mancha oleosa da fôlha do maracujá é assinalada no Brasil e no continente americano. Para identificação da bactéria foram realizados testes morfológicos, culturais, bioquímicos e de patogenicidade. Dos resultados obtidos, podem ser tiradas as seguintes conclusões: Morfologia: Bactérias em forma de pequenos bastonetes, medindo, em média, 0,50 X 1,5 micra, com extremidades arredondadas, isoladas e aos pares, raramente em cadeias, :fracamente móveis, possuindo um flagelo polar, Gram negativas, não há formação de esporos, possuem cápsulas e são aeróbias estritas; Características culturais – Caldo simples: leve turvação após 24 horas. Lenta sedimentação mucosa no fundo. Caldo glicosado: turvação e sedimentação mais acentuada de que as verificadas no caldo simples. Após 7 dias, formação de anel, aderente às paredes do tubo. Meio sintético com asparina: não houve crescimento após a 2 passagem. Placas de agar simples: crescimento muito lento. Bôa individualização após 5 dias. As colônias apresentaram as seguintes características: aspecto mucoso, circulares, convexas, salientes, elevadas, translúcidas, brilhantes, amarelo-cêra, bordos regulares, viscosas e capacidade de se unirem com facilidade. Cilindos de batata: crescimento abundante após 8 dias de inoculação. Côr amarelo-canário, úmido, brilhante, altamente viscoso e digestão progressiva; Características bioquímicas: Carboidratos: bom crescimento em meio básico sintético. Acidificação, porém sem produção de gás em arabinose, galactose, glicose, maltose o sacarose. Leite simples: lenta peptonização após 8 dias. Hidrato sulfurado: fraca produção de H2S, após 4 dias de incubação. Agar amido: forte hidrólise. Amônia: positiva. Reações de V.P., V.M. Nitratos e Indol: negativas. Gelatina: completa liquefação, após 8 dias. Fluoresceina: não houve produção nos meios de Clara. Temperatura: crescimento ótimo, 27C: mortal, após 5 minutos de exposição; Patogenicidade:Os diversos reisolamentos e inoculações exporimentais revelaram, sempre, alto e constante poder de patogenicidade para o maracujá; Sensibilidade aos antibióticos: Foram verificados "in vitro" os maiores halos de inibição com a Kanamicina, aureomicina, tetrim, cloromicetina, novobiocina, terramicina, eritromicina e estreptomicina. As características morfológicas, culturais, bioquímicas e de patogenicidade encontradas são comuas às citadas na chave para a identificação do gênero Xanthomonas publicada na 7. edição do "Bergey Manual of Determative Bacteriology". Considerando tratar-se de uma nova espécie bacteriana, diferindo do patógeno identificado por Reid - Pseudomonas passiflorae (Reid, 1939), Burkholder, 1948, é proposta a denominação de Xanthomonas passiflorae n. sp. para o agente causador da mancha oleosa da fôlha do maracujá (Passiflora edulis Sims).