Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Krüger, Jaime Arthur Pirola |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-18062021-125904/
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Resumo: |
Introdução: INTRODUÇÃO: O câncer colorretal representa um dos diagnósticos oncológicos mais frequentes e cerca de metade dos pacientes diagnosticados com este tipo de tumor desenvolverão metástases hepáticas. A ressecção das metástases hepáticas de câncer colorretal (MHCR) é a melhor terapêutica na busca de ganho de sobrevida em longo prazo e cura. Os tratamentos especializados evoluíram no estadiamento (radiologia diagnóstica), no preparo pré-cirúrgico (radiologia intervencionista), no tratamento sistêmico (oncologia clínica) e no manejo operatório, de maneira que as hepatectomias são operações seguras e oferecem benefício oncológico, mesmo em casos de doença multinodular e bilateral. Apesar da progressiva melhora e complexidade terapêutica no manejo destes pacientes, na literatura, há pouca informação sobre a relação da multidisciplinaridade com desfechos oncológicos. OBJETIVO: Avaliar o impacto da abordagem multidisciplinar especializada nos dados demográficos, oncológicos, resultados operatórios e tardios dos pacientes operados para tratamento das MHCR no Serviço de Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Estudo retrospectivo que comparou 2 períodos institucionais no tratamento das MHCR. Avaliados pacientes consecutivos submetidos à hepatectomia com intenção curativa e diagnóstico confirmado de MHCR, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2015, com seguimento até dezembro de 2018. ERA1 correspondeu ao período de experiência inicial do serviço (janeiro de 2000 a fevereiro de 2009) e ERA2 (março de 2009 a dezembro de 2015) que correspondeu ao período após adoção de ambiente multidisciplinar especializado. Analisou-se perfil demográfico, laboratorial, oncológico, resultados cirúrgicos e sobrevida (global e condicional). RESULTADOS: Foram operados 383 pacientes (402 hepatectomias), sendo 98 pacientes na ERA1 e 285 na ERA2. Na ERA1, os pacientes apresentavam maior valor médio de CEA (177,0 ng/dL vs. 70,3 ng/dL p < 0,001), maior tamanho médio do maior nódulo ressecado (47,5 mm vs. 33,9 mm p < 0,001) ao passo que, na ERA2, foi mais comum o diagnóstico de MHCR sincrônica (70,0% vs. 58,5% p = 0,041), bilobar (22,3% vs. 34,8% p = 0,025) e multinodular (22,8% vs. 11,5% p = 0,031). Na ERA2, houve exposição mais frequente à quimioterapia pré-operatória (77,3% vs. 34,1% p < 0,001). Nos resultados operatórios na ERA2, observou-se aumento no emprego de ressecções minimamente invasivas (22,2% vs. 1,1% p < 0,001), de hepatectomias menores (65,9% vs. 42,6% p < 0,001) e de ressecções não anatômicas (40,7% vs.12,8% p < 0,001). Houve, ainda, mudança no número de nódulos tratados por ablação por radiofrequência, ERA1 média de 3,1 nódulos vs. ERA2 média de 1,4 nódulos (p = 0,010). As complicações pós-operatórias foram semelhantes entre os grupos estudados (ERA1 32,3% vs. ERA2 36,3% p = 0,481) e houve menor número de pacientes que necessitou de transfusão na ERA2 (ERA1 35,9% vs. ERA2 16,7% p < 0,001). As margens cirúrgicas não apresentaram variações significativas entre ERAS. A sobrevida global em 5 anos foi de 34,5% para ERA1 e 48,0% para ERA2 (p = 0,011). No período de 1 a 5 anos, a sobrevida condicional em 5 anos variou de 35% a 62% na ERA1 e de 45,9% a 63,6% na ERA2. CONCLUSÃO: Os dados demográficos permaneceram estáveis entre os períodos estudados. O perfil oncológico diferiu entre os grupos, na ERA2, houve menor valor médio de CEA, menor tamanho médio das lesões operadas, maior frequência de doença sincrônica, bilobar e multinodular. O manejo cirúrgico observado na ERA2 demonstrou uso mais frequente de tratamento quimioterápico, e incremento de estratégias cirúrgicas e ablativas de preservação do parênquima, sem aumento de complicações e sem sacrifício de margens oncológicas. Por fim, a adoção de ambiente multidisciplinar especializado permitiu ganho de sobrevida global e condicional aos pacientes expostos às estratégias adotadas na ERA2 |