Saúde mental na atenção básica: política, trabalho e subjetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Paula, Patricia Pinto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-22052012-144259/
Resumo: A pesquisa teve como principal objetivo compreender relações entre trabalho e subjetividade em saúde mental realizado na Atenção Primária junto aos trabalhadores das equipes- de Saúde Mental/SM e de Saúde da Família/SF alocados em Unidade Básica de Saúde/Centro de Saúde. Desenvolvemos a pesquisa através de análise documental das políticas de saúde e com entrevistas coletivas fundamentadas na Psicodinâmica do Trabalho. A pesquisadora participou de reuniões de matriciamentos, momento que se propõe ao apoio técnico-assistencial de especialistas aos profissionais generalistas da SF, e de reuniões de equipes em três Centros de Saúde do Distrito Sanitário Nordeste de Belo Horizonte. Das análises realizadas, destacamos as contradições das políticas de saúde: uma sobrecarga de trabalho com \"o sofrimento social\", as \"pessoas infelizes\", os \"poliqueixosos\", os \"neuróticos leves\" que procuram a UBS, pois esta, segundo os programas é \"porta de entrada aberta\" no SUS. Entretanto, a rede da Atenção Primária e a rede de serviços substitutivos em saúde mental dão prioridade para os \"casos graves e crises psiquiátricas\". Na avaliação dos profissionais há escassez de \"unidades e equipes\". Limites que dificultam a participação dos generalistas da Saúde da Família nas reuniões de matriciamento com os especialistas da SM para darem acolhimento \"aos pacientes da saúde mental\". As ressonâncias desse trabalho na subjetividade dos trabalhadores são diversas, dentre as quais destacamos: o \"sentimento de impotência\" frente ao \"sofrimento social\" que se apresenta na UBS; \"insegurança e ansiedade\" em relação às exigências da gestão quanto ao \"acolhimento humanizado\" e a avaliação quantitativa de tarefas realizadas. Os trabalhadores estão implicados em promover a saúde mental na Atenção Primária mesmo com recursos escassos. O que faz valer as políticas de saúde para nós cidadãos brasileiros, a exemplo dos princípios universais do SUS: uma atenção integrada, universal e equânime. Paradoxalmente, a conjuntura analisada coloca em risco a saúde de trabalhadores que se encontram entre angústia, ansiedade e inseguranças frente à crescente e complexa demanda de saúde mental na \"porta de entrada do SUS\": o Centro de Saúde