Consórcio café-forrageira tropical: impactos nos indicadores da qualidade de solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moscardini, Davi Bernardes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-05102020-134357/
Resumo: O cultivo de café no Brasil, maior produtor do mundo, é realizado majoritariamente a pleno sol, em sistema de monocultivo, onde cerca de quarenta por cento da área é mantida sem plantas de cobertura, uma prática prejudicial à qualidade do solo. Na última década, o consórcio de café com forrageira tropical ganhou muitos adeptos por supostamente aumentar a produtividade do cafezal. O consórcio em faixas consiste em renques de cafeeiros intercalados com plantas do gênero Urochloa, forrageira de notável produção de biomassa e capacidade de melhorar os atributos do solo. A presente pesquisa testou a seguinte hipótese: a inserção da forrageira tropical no cultivo de café arábica é vantajosa ao sistema de produção, pelos benefícios da planta de cobertura aos atributos físicos, químicos e biológicos relacionados à qualidade do solo. Amostras de solo deformadas e indeformadas foram coletadas nas profundidades de 0 a 0,1 m e 0,1 a 0,3 m, em três posições no cafezal (sob a copa, rodado e entrelinha) em dois sistemas de cultivo de café (monocultivo e consórcio com forrageira tropical, ambos durante doze anos). Primeiro avaliou-se o impacto da gramínea em cada indicador de forma isolada, e os resultados evidenciaram melhoria de atributos químicos - aumento do teor de fósforo e potássio; de atributos físicos - maior infiltração de água e redução da densidade do solo e de atributos biológicos - aumento do carbono orgânico total, atividade da B-Glucosidase e dos fatores relacionados a fungos micorrízicos arbusculares. Para integração dos dados foi calculado um índice de qualidade de solo (IQS) através do software SMAF (Soil Management Assesment Framework). Esta pesquisa foi pioneira no uso do SMAF para avaliar a qualidade de solo em cafezais. Por meio dessa ferramenta detectou-se diferenças na qualidade do solo em razão da posição avaliada e do sistema de cultivo de café. A inserção da forrageira tropical melhorou 5% o IQS dos primeiros 0,1 m sob a copa do cafeeiro e 13% na entrelinha do cafezal. Na profundidade entre 0,1 m e 0,3 m o IQS foi 5% superior sob o rodado e 9% na entrelinha, onde era mantida a forrageira. Os resultados dessa pesquisa comprovaram a hipótese, evidenciando que o consórcio do café com a forrageira tropical é uma estratégia efetiva para melhorar a qualidade do solo na cafeicultura nacional.