A atenção à crianças e adolescentes em territórios vulnerabilizados: articulação intersetorial sob a ótica de profissionais de saúde e assistência social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Larissa Barros de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-23052024-074033/
Resumo: O presente estudo buscou identificar e analisar iniciativas intersetoriais na atenção à crianças e adolescentes em territórios vulnerabilizados. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório-descritivo e analítico interpretativo. Realizada a partir de entrevistas semiestruturadas em profundidade, junto a profissionais atuantes em serviços da Atenção Primária à Saúde e da Proteção Básica de Assistência Social do município de Ribeirão Preto-SP, Brasil. Para gerenciamento dos dados e análise temática inicial foram usados recursos do software Atlas.ti versão22. Posteriormente, o processo de análise seguiu caráter interpretativo-reconstrutivo a partir do referencial teórico da Hermenêutica Crítica de Jürgen Habermas tendo como base sua Teoria da Ação Comunicativa. Participaram do estudo 15 profissionais, atuantes em 13 diferentes serviços, sendo oito deles vinculados à Assistência Social e cinco à Saúde. Verificou-se, a partir das entrevistas, estratégias escassas voltadas a intersetorialidade na atenção à crianças e adolescentes, com ausência de articulação entre os diferentes setores mesmo diante de situações complexas como o enfrentamento a pandemia da Covid-19. Foram destacadas pelos trabalhadores ações pontuais, sem enfoque institucional ou sistematização. Como consequência, os proferimentos revelaram haver um limitado impacto nas comunidades no que concerne ao enfrentamento das iniquidades sociais. Desafios foram pontuados pelos profissionais como entraves para o desenvolvimento ideal de ações, destacando-se a falta de políticas públicas e investimento adequado, o desinteresse por parte das autoridades, assim como a burocracia nos processos cotidianos. E ainda, a necessidade de melhores condições de trabalho, sendo referida a rotatividade dos profissionais e a insuficiência de recursos humanos, com equipes mínimas em áreas extensas e de alta demanda. As falas dos profissionais revelam distanciamento quanto à cultura de abordagens intersetoriais e perspectiva de rede na gestão de problemáticas sociais. Assim, serviços de assistência mostram-se ainda ancorados em um modelo conservador de trabalho, de organização fragmentada e gestão baseada na centralização do poder. Em suma, esta pesquisa possibilitou identificar a carência de uma agenda e gestão municipal comprometida, assim como os desafios para a efetivação de uma atuação intersetorial, com ações efetivas e sistematizadas, voltada à crianças e adolescentes que nascem e crescem em regiões vulnerabilizadas.