Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Franceschini, Maria Cristina Trousdell |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-09092019-093125/
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Resumo: |
As sociedades contemporâneas passam por processos de transformação social rápidos e profundos. Essas põe em xeque as teorias, conceitos e modelos considerados eficazes para alavancar o desenvolvimento econômico e social e enfrentar as crises sociais decorrentes das iniquidades sociais. É necessário compreender como se dá a inserção de estratégias como a intersetorialidade e a formação de redes que instigam novas formas de gestão para superar as fragmentações sociais e transformar estruturas institucionais e dinâmicas políticas. A pesquisa realiza um estudo de caso sobre como as práticas intersetoriais e o trabalho em rede estão sendo incorporadas na Rede Intersetorial Guarulhos Cidade que Protege, implementada em Guarulhos, São Paulo, desde 2010 para enfrentar a violência que afeta crianças e jovens. Realizou-se um estudo qualitativo para compreender as concepções e significados da atuação intersetorial e em rede para os atores que a desenvolvem e implementam. Também teve como objetivo compreender a estrutura das redes criadas, identificar fatores que intervêm na produção da intersetorialidade e na formação de rede, quais as condicionam e como estas contribuíram para os resultados da iniciativa. A produção de dados baseou-se em 56 entrevistas semi-estruturadas, selecionando-se os sujeitos pela técnica Bola de Neve, observação, revisão documental e Análise de Redes Sociais. Identificaram-se 90 parceiros e 170 parcerias ativas. As atividades realizadas pelas parcerias incluíram discussão de caso, ações de encaminhamento e seguimento, reorientação de práticas de trabalho, matriciamento, projetos conjuntos, ações em conjunto tendo como grupo alvo as famílias e usuários dos territórios, entre outras. Os resultados indicam que as parcerias seguem a lógica da administração pública e das redes de serviços setoriais existentes, com poucas articulações com a sociedade civil e outros setores. Apontam também as potencialidades do trabalho em rede com a consolidação de estruturas de apoio à intersetorialidade, fortalecimento da capacidade dos atores sociais para o trabalho intersetorial, promoção de novas parcerias, fortalecimento de laços de confiança e relações entre atores sociais e ações direcionadas ao enfrentamento da violência. Constatou-se também a gestão intersetorial limitada pois esta se estabelece em estruturas setoriais e fragmentadas, fragilizando sua capacidade de ação e deliberação e a contribuição que esta poderia oferecer às ações de enfrentamento da violência no município. Coloca-se em dúvida a ideia da intersetorialidade como prática social compartilhada ou modelo de gestão de políticas públicas que promova a autonomia e interdependência dos setores envolvidos. Conclui-se propondo dois marcos analíticos: um para apoiar o planejamento da Rede Intersetorial para o enfrentamento da violência a partir do olhar ampliado ao território e em conexão com órgãos da Rede Municipal de Proteção da Criança e do Adolescente, e outro que sistematiza como a intersetorialidade e as redes podem contribuir para as transformações sociais, políticas e institucionais no contexto da sociedade em rede e informacional. |