Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Mariana Borrasca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-19032019-111106/
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Resumo: |
Situações de mascaramento são frequentes na ficção de Clarice Lispector, se fazendo notar em muitos de seus contos, crônicas e romances. Este estudo analisa os modos como tais momentos, de revelação e disfarce, são configurados pela escritora em textos de sua produção contística, efetuando análise temático-estilística de algumas de suas narrativas. Na obra de Clarice, a presença das máscaras adquire diferentes significações, mesmo o vocábulo máscara figura com diferentes sentidos. Tomando por base os próprios escritos claricianos, foram selecionadas quatro noções de máscara que serviram de esteio para esta pesquisa: a máscara objeto, acessório parte de figurinos; a maquiagem-máscara, pintura do rosto que assume a função de disfarçar e proteger as personagens; a máscara psicossocial, os diversos papéis, modos de ser e funções que o sujeito assume ao longo da vida; e a linguagem-máscara, a própria substância do texto compreendida enquanto disfarce. O estudo do corpus selecionado indica que, para Clarice, as máscaras são imbuídas de caráter paradoxal, podendo esconder ou revelar algo sobre aquele que a veste. Em algumas situações, elas são sentidas como essenciais para o contato com o Outro, e, em outras, como impedimento para a vida livre da personagem. O processo de (des)mascaramento é retratado enquanto contínuo e constante ao longo da existência, sendo composto por dois movimentos: o vestir a máscara, que ganha ênfase nos textos referentes a personagens mais jovens (crianças e adolescentes); e o momento em que se percebe que a versão de si assumida não representa mais quem se é, instante de queda da máscara, destacado nos contos que abordam protagonistas adultas. Deve-se ressaltar, contudo, que não é possível afirmar que as personagens claricianas fiquem sem a máscara o desejo de uma vida, e de uma escrita, sem máscaras permanecendo como busca utópica. |