Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Gusman, Juliana Magalhães e Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-19092024-133334/
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Resumo: |
Esta tese investiga as representações da prostituição na cultura audiovisual, sobretudo no cinema de corte documental. Opondo-se aos regimes discursivos que estigmatizaram as trabalhadoras sexuais, histórica e ideologicamente, como mulheres vitimizadas ou vilanizadas, abjetas imaginários estratégicos à formação e à manutenção de um sistema econômico capitalista, heteropatriarcal, colonial e racista que depende da apropriação dos nossos corpos e desejos para se viabilizar parte da cinematografia nacional dedicou-se a propor contranarrativas, ensejando outras maneiras de se enxergar os monstros. O documentário, em particular, tem sido o campo mais profícuo de disputas de sentidos sobre o meretrício pelo menos desde os anos 1970, quando realizadoras feministas começaram, pioneiramente, a empunhar as câmeras, instituindo alianças insólitas com as prostitutas que também se organizavam contra os autoritarismos da época. Nos últimos anos, também marcados, para o bem e para o mal, por uma profunda politização da sociedade brasileira, tais coalizações foram restauradas, atravessando, de diferentes modos, o corpus central desta pesquisa, dividido em três grupos constelacionais. No primeiro, destacamos obras de acordes biográficos e melodramáticos humanizadores, que se voltam para importantes lideranças do putativismo no Brasil. No segundo, apresentamos filmes realizados pelas próprias profissionais do sexo, que manejam de forma singular um dispositivo bastante explorado em nossas práticas documentais: a entrevista. Por fim, um terceiro conjunto de obras recorre à restituição memorialística inclusive por meio de materiais de arquivo e à performance reveladora de outros usos das zonas e espaços prostibulares para defendê-los contra persistentes ameaças higienistas. A partir de uma análise mais detida de Um beijo para Gabriela (2013), Indianara (2019), O que você não vê: a prostituição vista por nós mesmas (2016), Filhos da Puta (2019), Rua Guaicurus (2019) e República do Mangue (2020), buscamos compreender, criticamente, aquilo que a interação entre essas produções, debatidas em seus textos e contextos, é capaz de revelar. |