Potenciais evocados auditivos em indivíduos adultos e idosos com doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Rafaela Valiengo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-04032024-112221/
Resumo: Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa, progressiva e crônica que afeta principalmente o Sistema Nervoso Central (SNC), causada pela deficiência da dopamina. Este é um dos principais e mais comuns distúrbios neurológicos da terceira idade e é caracterizado, principalmente, por prejudicar o sistema motor. Além dos prejuízos motores, pode haver sintomas não motores, tais como: depressão, distúrbios do sono, alterações cognitivas, dificuldades de memória e compreensão, bem como alterações na fala e na deglutição. Os efeitos causados por processos degenerativos, como na DP, podem afetar a audição, seja pelo comprometimento da orelha interna ou do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Uma das formas de se avaliar o SNAC é por meio dos Potenciais Evocados Auditivos (PEA), métodos objetivos que avaliam a atividade neuroelétrica na via auditiva central, desde o nervo auditivo até o córtex cerebral, como resposta a um estímulo acústico. Nessa perspectiva, uma pesquisa com a descrição precisa da correlação dos achados eletrofisiológicos da audição com o diagnóstico da DP será importante para entendermos os prejuízos que podem estar presentes no sistema auditivo de indivíduos com DP e, com isso, minimizar os efeitos negativos do comprometimento auditivo nesta população. Objetivo: caracterizar os Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) e Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL) em adultos e idosos diagnosticados com DP. Método: Foram avaliados 32 indivíduos, com idade maior ou igual a 40 anos, sendo 16 indivíduos com DP compondo o grupo estudo (GE) e 16 sem DP compondo o grupo controle (GC). Os dois grupos foram pareados por gênero e faixa etária. Os exames realizados foram Audiometria Tonal Liminar, Medidas de Imitância Acústica, PEATE e PEALL. Resultado: Na audiometria tonal foram observados limiares auditivos significativamente maiores no GE apenas para as frequências de 6 kHz e 8 kHz. Sobre a análise do PEATE, foi observado maiores valores de latência absoluta da onda V na orelha esquerda independente do grupo avaliado. Além disso, observou- se uma tendência à significância estatística para o fator grupo no que tange à interação entre grupo e orelha para a latência absoluta da onda I, visto que o GC apresentou maiores valores de latência para a orelha direita, enquanto o GE apresentou maiores valores de latência para a orelha esquerda. Na análise do PEALL, para a latência dos componentes P1, N1, P2 e N2 não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos. Para o componente P3, observou-se que as respostas foram significativamente diferentes de acordo com a lateralidade da orelha avaliada, sendo que maiores valores de latência foram observados para a orelha direita. Quanto à amplitude N2-P3, observou-se diferenças significativas para o grupo, sendo que o GE apresentou amplitude menor em comparação ao GC. Conclusão: Os resultados obtidos no presente estudo não demonstraram alteração em nível de tronco encefálico para indivíduos com DP. Quanto aos PEALL, observou-se uma diminuição na amplitude N2-P3, sugerindo um déficit atencional para o processamento acústico em indivíduos com a DP