Causa de morte de animais silvestres oriundos de uma área de resgate: implicações na conservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Puerto, Elmer Alexander Genoy
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dam
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-09082013-101909/
Resumo: No Brasil, no transcorrer da última década tem-se aumentado a produção de energia renovável. Dessa forma, empreendimentos visando produção e distribuição de energia tem sido desenvolvidos, exemplo disto são as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Perda e fragmentação de habitat são consideradas fatores negativos para a conservação in situ</i/>, sendo que podem colocar em perigo de extinção numerosas espécies de vertebrados terrestres. Durante a construção de hidrelétricas, esses dois eventos podem ocorrer em um espaço de tempo curto e abranger pequenas ou grandes extensões de habitat natural dessas espécies. Dentro do âmbito ambiental, essas obras demandam a criação e desenvolvimento de programas de monitoramento e conservação, visando diminuir o impacto sobre as populações silvestres que ocorrem na área diretamente afetada pelo empreendimento, resultando no óbito de numerosos indivíduos durante o desenvolvimento das etapas desse programa. Sendo assim, visando entender quais são os fatores que podem levar à perda de um animal silvestre nesses programas se projetou acompanhar entre 2008 e 2010 as etapas do programa de monitoramento e conservação e as do centro de triagem de animais selvagens (CETAS) da PCH Anhanguera, que foi construída no nordeste do Estado de São Paulo. Vertebrados terrestres e aves que vieram a óbito foram submetidos à necropsia e amostras dos principais órgãos e lesões representativas foram fixadas em formalina 10% e posteriormente processadas para avaliação histopatológica. Ao final do exame necroscópico, laudo macroscópico foi elaborado e quando possível foi determinada a causa de morte. Havendo impossibilidade da determinação da causa de morte, resultados dos exames complementares foram aguardados. Foram avaliados 486 animais, entre anfíbios (81), aves (12), mamíferos (164) e répteis (229) em três momentos: monitoramento, resgate na supressão da vegetação e centro de triagem de animais silvestres. As causas de morte estiveram associadas a processos não infecciosos (64,82%), seguido por causa indeterminada (22,43%), eutanásia (9,26%), suspeita de infeccioso (2,26%) e processos infecciosos (1,23%). Acidentes por objetos contundentes durante supressão que causaram trauma foram relevantes em répteis durante a supressão (&chi;2= 23.3490; &rho;= 0.0000). Ataques por contactantes ou predação e acidentes (afogamento e hipotermia) acontecidos nas armadilhas de captura foram significativas causas de morte para mamíferos durante o monitoramento (&chi;2= 25.5620; &rho;= 0.0003). Para anfíbios, as eutanásias induzidas na supressão em decorrência de injúrias graves em tecidos moles e de tecido muscular esquelético foram a causa de morte que mais afetou esse grupo (&chi;2= 8.2437; &rho;= 0.0041). A conservação da fauna durante um programa faunístico de um empreendimento está associada ao manejo adequado dessas populações em campo e centros de triagem. Aumento da captura prévia nas áreas a serem suprimidas, das vistorias nas armadilhas de captura e propensão por uma destinação oportuna dos indivíduos capturados facilitaria a sobrevivência da fauna acometida pelo empreendimento.