Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Belluco, Bruna |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-11112014-152023/
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Resumo: |
A presença de desoxinivalenol (DON) em produtos da moagem de trigo tem sido estudada, evidenciando que a contaminação ocorre em todas as frações. No Brasil, os limites máximos toleráveis (LMT) para DON em cereais e produtos de cereais são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. O entendimento da distribuição de DON nas frações da moagem do trigo é importante, pois pode fornecer base técnica para o gerenciamento desta contaminação e subsídios para as agências regulamentadoras no estabelecimento e ou revisão dos LMT. Este estudo teve como objetivo principal avaliar a distribuição de DON entre as frações obtidas da moagem experimental de grãos de trigo naturalmente contaminados. Trinta amostras de grãos de trigo (3-4 kg), naturalmente contaminadas com DON em concentrações que variaram de 350 a 4.150 ?g.kg-1, passaram por processo de limpeza (Labofix Brabender), seguido de condicionamento e moagem experimental (Brabender Quadrumat Senior). Quatro frações foram obtidas, de acordo com o tamanho das partículas: farelo (>=530 ?m), farelinho (>=195 e <=529 ?m), farinha de quebra (<=154 ?m) e farinha de redução (>=155 e <=194 ?m). As frações e o resíduo de limpeza foram avaliados quanto ao percentual obtido e concentração de DON. O DON foi extraído com H2O destilada, seguido de purificação em coluna de imunoafinidade e detecção/quantificação empregando cromatografia líquida de alta eficiência e detector de arranjo de diodos (UV-DAD). O percentual médio de resíduo de limpeza foi de 15,9% (6,9 a 23,2%). A redução média de DON nos grãos limpos foi 22,5% de (5,5 a 37,3%). A moagem experimental do trigo produziu em média 28,5% de farelo, 5,8% de farelinho, 27,9% de farinha de quebra, 37,8% de farinha de redução, totalizando 65,7% de farinha. As concentrações de DON verificadas no farelo e farelinho foram significativamente maiores quando comparadas com as farinhas (p<=0,05), as quais não diferiram entre si. A concentração relativa (CRel) de DON (relação entre a concentração da fração e do grão) indicou que a concentração de DON foi, em média, 73% maior no farelo e 35% maior no farelinho, comparada à concentração inicial nos grãos limpos. Na farinha de quebra, farinha de redução e farinha total a CRel foi em média 24%, 38% e 33% menor que nos grãos limpos, respectivamente. De acordo com os LMT para DON em farelo (2.000 ?g.kg-1) e farinha de trigo (1.750 ?g.kg-1), em vigência no Brasil, das 30 amostras avaliadas, 15 amostras de farelo (50%) e 1 amostra de farinha (3%) encontravam-se acima dos LMT. Considerando os LMT previstos pela legislação para 2017 (1.000 ?g.kg-1 para farelo e 750 ?g.kg-1 para farinha), 22 amostras de farelo (73%) e 16 amostras de farinha (53%) estariam acima dos LMT. Os resultados observados neste estudo demonstraram que a moagem experimental de grãos de trigo com contaminação igual a 3.000 ?g.kg-1, que será o LMT para grãos para posterior processamento em 2017, poderá acarretar a produção de farelos e farinhas com contaminação acima dos LMT previstos nesta mesma legislação. |