Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Maciel, Ana Alice Wolf |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-10092024-163608/
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Resumo: |
Introdução: O hiperaldosteronismo primário (HP) é uma doença prevalente e subdiagnosticada, acomentendo aproximadamente 6-8% dos indivíduos com hipertensão arterial (HA). O excesso de aldosterona pode causar estresse oxidativo levando a danos no DNA in vitro e in vivo. A coincidência do hiperaldosteronismo primário com diferentes malignidades tem sido demonstrada em relatos de caso isolados. Uma maior prevalência de nódulos tireoidianos e bócio multinodular atóxico foi demonstrada em pacientes com HP quando comparados aos indivíduos com hipertensão arterial primária. Um único estudo mostrou uma frequência de 18% de HP em pacientes com câncer papilífero de tireoide (CPT), mas sem um grupo controle pareado. Objetivos: 1) Avaliar a prevalência de HP em uma coorte transversal de pacientes com CPT e HA sem investigação prévia para HP; 2) Investigar a prevalência de doenças tireoidianas nos pacientes com HP; e 3) Estudar a expressão do receptor de mineralocorticoide em CPT de pacientes com e sem HP. Métodos: Neste estudo de caso-controle transversal, o HP foi investigado em todos os pacientes com CPT e HA (n= 137), independentemente da gravidade da hipertensão, sob vigilância ativa no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) de 2019 a 2023. O grupo controle incluiu 137 (1:1) indivíduos pareados por idade, sexo e índice de massa corporal (IMC) de uma coorte retrospectiva de HA previamente investigada para HP de 2011 a 2022 em um ambulatório de referência para HA do Instituto do Coração (InCor). As concentrações séricas de aldosterona e renina direta plasmática foram determinadas por imunoensaio quimioluminescente. O rastreamento para HP foi considerado positivo se Aldosterona 10 ng/dL e a Relação Aldosterona/Renina 2 ng/dL/UI/mL, seguido de teste confirmatório quando indicado e determinação da lateralidade do HP. A expressão protéica do receptor de mineralocorticoide foi investigada por imuno-histoquímica. Resultados: Idade, sexo e IMC não foram estatisticamente diferentes entre os grupos CPT e controle com HA. A prevalência de HP foi 29,20% (IC 95%: 21,91% - 37,68%) no grupo CPT e 20,44% (IC 95%: 14,22% - 28,35%) no grupo controle com HA. A prevalência de HP não foi estatisticamente diferente entre os dois grupos (p = 0,093). Embora a prevalência de HP não tenha sido diferente nos 2 grupos, a frequência de HA grave (estágio III ou resistente) foi significativamente menor no grupo com CPT e HA (23%) quando comparada aos controles com HA (73%, p < 0,001). Adicionalmente, o número de medicamentos anti-hipertensivos utilizados era significativamente menor no grupo CPT em relação aos controles com HA (p < 0,001). Ao analisar os pacientes com HP em ambos os grupos, a frequência de HA estágio III ou resistente e o número de medicamentos anti-hipertensivos foram significativamente menores no grupo com CTP (p < 0,006 e p < 0,001, respectivamente). A despeito da HA ser mais grave nos pacientes controles com HA sem CPT, os níveis de aldosterona e renina não foram estatisticamente diferentes em pacientes com HP dos grupos CPT e controle (p = 0,4 e p = 0,26, respectivamente). Os pacientes com CPT e HP foram mais jovens quando comparados aos pacientes com CPT e HE (55 anos (46,75; 67,00) vs. 64 anos (57,00; 71,00), respectivamente; p = 0,008). O diagnóstico de CPT foi associado a uma razão de chances de 4,75 (IC 95% 2,26-10,55, p < 0,001) para o diagnóstico de HP, quando ajustado pela idade, sexo, estágio da HA e IMC. Uma imunorreatividade fraca (+ ou ++) foi evidenciada em 44% e 41% dos CPT de pacientes com e sem HP, respectivamente (p= 0,976). Conclusão: A prevalência do HP em pacientes com CPT e HA foi elevada (aproximadamente 30%) e similar a um grupo controle com HA de maior gravidade, quando pareados para sexo, idade e IMC. O CPT foi um fator preditor independente para o diagnóstico do HP em indivíduos hipertensos. Baseado nos presentes achados, sugere-se que a associação de CPT com HA (independente da gravidade) seja incluída como um novo critério para o rastreamento do HP |