Transtorno depressivo maior e transtorno bipolar: diferenciação por fatores genéticos, hormonais e exposição a estresse precoce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Menezes, Itiana Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-12062019-141257/
Resumo: Ainda são escassos estudos que avaliem biomarcadores para diferenciação de transtorno depressivo maior (TDM) e transtorno bipolar (TB), principalmente relativo à etiologia desses transtornos e sua relação com os receptores glicocorticoides (GR) e, principalmente, com os receptores mineralocorticoides (MR). Objetivo: Encontrar biomarcadores genéticos e/ou hormonais e observar sua associação entre si e/ou a fatores externos (estresse precoce - EP) para compreender melhor sua fisiopatogenia e auxiliar no diagnóstico diferencial entre TDM e TB. Material e Métodos: Participaram deste estudo N=273 sujeitos, sendo n=113 controles, n=78 unipolares e n=82 bipolares. A triagem diagnóstica de todos os sujeitos foi realizada por meio do MINI PLUS, checagem de história de trauma na infância pela CTQ, avaliação de sintomas depressivos pela GRID-HAM-D21, e demais comorbidades pela BAI, BHS e BSI. Na busca de biomarcador genético, observou-se as frequências genotípicas e alélicas de 3 polimorfismos de receptor de glicocorticoide (GR) (N363S, R22/23K e BclI) e de 2 polimorfismos de MR (MI180V e -2G/C) após realizada a discriminação alélica por reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR). Foram avaliados de forma intragrupo as variáveis genéticas e endócrinas (e combinadas) e o efeito do EP sobre tais variáveis. Também, as variáveis polimorfismos, níveis hormonais e exposição a EP foram comparadas entre grupos para avaliar se havia diferença de prevalência, de perfil endócrino, ou se havia suscetibilidade maior por parte dos unipolares ou bipolares para alteração dos níveis hormonais e/ou intensidade do quadro depressivo frente a EP ou a determinado genótipo. Resultados: Todos os sujeitos unipolares e bipolares mostraram piora de seus sintomas depressivos frente a EP e seus subtipos, sendo eles unipolares ou bipolares. Como biomarcador hormonal, comparando-se controles x unipolares x bipolares, ou apenas unipolares x\' bipolares, foi possível observar que os níveis de cortisol e os níveis de aldosterona apresentaram-se os altos em unipolares e os baixos mais em bipolares, quando estes pacientes estavam com depressão grave ou gravíssima. Também, bipolares expostos a EP global, abuso físico e emocional mostraram níveis mais baixos de aldosterona que bipolares que não foram expostos. Frente a exposição a esses EP global e abuso físico, os bipolares tenderam a se mostrar mais suscetíveis que os unipolares a alteração dos níveis de aldosterona. Para biomarcador genético, frequência de genótipos ou alelos não diferenciaram unipolares de bipolares. Entretanto, houve maior prevalência do genótipo heterozigoto AG de GR N363S em pacientes depressivos uni e bipolares quando comparados com controles. Combinando-se os biomarcadores genéticos e hormonais, unipolares apresentaram níveis mais baixos de cortisol e de aldosterona quando carregavam genótipo variante GG de MR -2G/C, enquanto bipolares mostraram tendência a redução de cortisol quando carregavam o alelo variante G de MR MI180V. Quando comparados os genótipos por si só, intragrupo, novamente o polimorfismo MR -2G/C mostra influência sobre o fenótipo unipolar. Em unipolares, presença do alelo variante G de MR -2G/C piora significativamente o quadro depressivo, mas o alelo variante G de MI180V mostrou-se protetor frente a EP. Tanto os unipolares frente aos outros 4 polimorfismos, quanto os bipolares frente a todos os polimorfismos estudados, apresentaram piora significativa de seu quadro depressivo se expostos a EP. Bipolares mostraram uma tendência a ser mais suscetíveis que unipolares a alterações endócrinas (aldosterona) quando expostos a EP global e abuso físico. Conclusão: Tendo em vista os vários achados significativos a cerca dos polimorfismos de MR, tanto para unipolar quanto para bipolar, sua influência sobre os níveis de aldosterona e cortisol basais, reforça-se a importância do papel dos receptores MR dentro da etiologia dos transtornos depressivos unipolares e bipolares, e a forma diferente de funcionamento do MR para a distinção entre TDM e TB