Resumo: |
O Brasil é o maior produtor mundial de citros, com aproximadamente 455 milhões de caixas por ano. No país os principais problemas da cultura estão relacionados a fitopatologias e ataques de fitófagos, que diminuem a produtividade e afetam os preços do produto no mercado. Nesse contexto, o controle desses insetos se faz necessário para que sejam evitadas perdas econômicas e produtivas. Assim, as aranhas surgem como potenciais agentes de controle, devido à estratégia trófica que adotam, sendo completamente dependentes da predação, auxiliando na regulação de espécies-praga em cultivos comerciais. O presente trabalho teve como finalidade lançar mão da análise dos isótopos estáveis 13C e 15N, para determinar as principais fontes de carbono e nível trófico das principais famílias e grupos de aranhas presentes em cultivos de citros no município de Gavião Peixoto - SP. Foram coletados 4.832 indivíduos, distribuídos em 17 famílias, das quais 12 eram comuns às duas áreas estudadas; as famílias foram classificas em sete guildas funcionais. Através análise dos isótopos 13C e 15N foi possível determinar o percentual de carbono dos citros presente na alimentação das principais famílias e grupos amostrados, além do nível trófico médio. Os resultados indicaram que as famílias diferem na dependência de teias alimentares baseadas nos citros. Além disso, os dados coletados sugerem que a estrutura do ambiente, a arquitetura vegetal, o estado fenológico dos citros, as práticas de manejo e variações sazonais do clima, podem ter sido os principais fatores de variação na abundância das famílias e dependência do carbono dos citros por parte das aranhas. Salticidae e Theridiidae foram as principais famílias amostradas, por apresentarem maior abundância relativa e estarem presentes ao longo de todo o período de coletas. |
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