Caracterização da origem dos fluxos de água em microbacias naturais e urbanas: uma contribuição dos isótopos estáveis de H e O

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gomes, Vanderlei Lanças
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204688
Resumo: O crescimento urbano, muitas vezes desordenado, pode implicar em alteração das características naturais de uma bacia hidrográfica, modificando o ciclo hidrológico natural e produzindo uma série de impactos que podem acarretar a perda de oportunidades do uso da água em termos de quantidade e qualidade. Os Isótopos estáveis de Hidrogênio (1H/2H) e Oxigênio (16O/17O/18O) constituem excelentes traçadores de movimentação da molécula de água ao longo do ciclo hidrológico, sendo utilizados como ferramentas auxiliares na interpretação das origens dos fluxos de água dentro de bacias hidrográficas. Com base nos processos envolvidos nas transformações isotópicas sofridas pela água ao longo do seu trajeto no ciclo hidrológico em áreas urbanizadas e não urbanizadas, o projeto buscou, de forma comparativa, responder às seguintes questões: qual o efeito local (em ambientes naturais e urbanizados) sobre a composição isotópica das águas superficiais; se as perdas das redes de distribuição de água potável podem contribuir para a descarga dos rios em áreas urbanas; quais as origens das águas responsáveis pela manutenção do fluxo de base em bacias hidrográficas urbanas; como os processos de urbanização afetam a movimentação da água nesses ambientes, e as fontes para a manutenção do fluxo de base. Foram selecionadas duas microbacias hidrográficas, uma em área urbana e outra em área pristina, na mesma bacia hidrográfica (URGHI 10 – Rio Sorocaba e Médio Tietê). As amostras foram coletadas quinzenalmente nos dois pontos escolhidos, de janeiro a dezembro de 2019. Foi utilizado o modelo de mistura bayesiano para identificar contribuições proporcionais de fontes ao fluxo nas duas drenagens analisadas. O estudo mostrou que a movimentação da água nas áreas estudadas apresenta comportamentos naturais distintos indicados pelas diferenças em suas composições isotópicas. Também mostrou que as águas da microbacia natural, que drenam áreas em que ocorrem sedimentos associados ao Grupo Tubarão, são mais empobrecidas que as águas da microbacia urbanizada drenando superfícies impermeabilizadas sobre rochas cristalinas. A semelhança entre as composições isotópicas das águas superficiais na área natural e as águas subterrâneas indicou que as águas subterrâneas contribuem muito para a manutenção do fluxo no canal do curso d’água, e que a contribuição do fluxo superficial (runoff) concentrou-se no dia da precipitação ou logo após esse dia. O estudo salienta a importância de os isótopos ambientais serem incorporados aos programas de monitoramento hidrológico e hidrogeológico, e de fornecer aos gerenciadores de sistemas do abastecimento de águas informações para poder entender melhor os efeitos que uma bacia natural com interferência antropogênica pode sofrer com esse processo de transformação humana.