Taxa metabólica de repouso pós-operatória como preditor de sucesso cirúrgico após bypass gástrico em Y de Roux

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Guimarães, Lilian Cardia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-29112022-122456/
Resumo: Introdução: A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz para pacientes com obesidade grave devido à perda de peso substancial e sustentável a longo prazo. Após o bypass gástrico em Y de Roux (BGYR) ocorrem alterações no gasto energético, influenciados pela mudança na composição corporal. As alterações na Taxa Metabólica de Repouso (TMR) estão associadas à manutenção de perda de peso. Objetivo: Analisar as alterações da TMR 6 meses após BGYR como preditor de manutenção de perda de peso tardia. Método: estudo prospectivo realizado com 45 indivíduos com obesidade grave submetidos ao BGYR no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A composição corporal foi avaliada por bioimpedância elétrica e a TMR por calorimetria indireta antes (T0), 6 meses (T1) e 36 meses (T2) após BGYR. Foram analisados o consumo de oxigênio (O2 ), a produção de dióxido de carbono (CO2 ), medidos por análise respiração-a-respiração, usando analisador metabólico (MedGraphics ® , CPX / Ultima, Saint Paul, Minnesota, USA) para cálculo da TMR. Os analisadores de O e de CO foram calibrados antes de cada avaliação. Os valores de TMR foram ajustados por quilograma de peso (TMR/kg). Os pacientes foram divididos em 2 grupos baseados na mudança da TMR/kg após a cirurgia: Grupo 1 < 2 kcal/kg e Grupo 2 2 kcal/kg. Resultados: Houve redução significativa na TMR/dia 6 meses após BGYR (1734 ± 372 kcal/dia;1552 ± 275 kcal/dia; p < 0,001) e retorno aos valores iniciais em T2 (1795 ± 396 kcal/dia; p < 0,001). Houve aumento significativo na TMR/kg entre os períodos T0, T1 e T2 (13,6 ± 2,2 kcal/kg, 16,9 ± 2,7 kcal/kg, e 19,9 ± 3,4 kcal/kg; p=0,001). 85% dos pacientes do grupo 2 atingiram > 50% PEP assim como as mulheres (82,4%). As mulheres que tiveram aumento na TMR em T1, apresentaram 27 vezes mais chance de manter a perda de excesso de peso em T2 (Odds ratio: 27,09 - p < 0,037). Entre os homens, houve redução na chance de manutenção da perda de peso (Odds ratio: 1,54 - p < 0,99). Não houve correlação entre a TMR e composição corporal em T0. Em T1, houve correlação negativa da TMR e peso (p < 0,002), IMC (p < 0,001) e % Massa Gorda (p < 0,034) e, correlação positiva com % Massa Livre de Gordura (p < 0,034). Os resultados em T2 foram semelhantes ao T1. Conclusão: O aumento de TMR 6 meses após o BGYR foi associado à manutenção de % PEP aos 36 meses, particularmente em pacientes do sexo feminino, e pode ser usado como um preditor de sucesso após a cirurgia bariátrica