Estudo do potencial de desenvolvimento de um mercado futuro de milho no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Sousa, Eduardo Luis Leao de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20191218-173531/
Resumo: Acredita-se que o desenvolvimento de um mercado futuro de milho no Brasil possibilitaria uma minimização de riscos aos agentes envolvidos transferindo-os aos capitais especulativos privados e complementando instrumentos de comercialização que vêm sendo desenvolvidos, como CPR e CM-G. O presente trabalho procurou relacionar as características da cadeia agroindustrial do milho com as condições necessárias para a implantação de mercados futuros, os benefícios para os diversos agentes e as possíveis causas de insucesso no desenvolvimento destes mercados. À partir desta análise, pode-se identificar os principais aspectos favoráveis e desfavoráveis para a implantação do mercado futuro de milho no país, que nortearam a pesquisa realizada junto a produtores rurais, traders de agroindústrias e cooperativas e corretores de mercados futuros e onde se procurou identificar as seguintes questões: 1) verificar o nível de conhecimento e o grau de resistência dos produtores rurais quanto aos mecanismos de mercados futuros; 2) avaliar a importância do papel das Bolsas de Futuros na alavancagem de recursos para financiamentos agrícolas; 3) verificar o grau de motivação das corretoras com relação aos mercados futuros agrícolas: 4) dimensionar o potencial destes mercados e identificar os principais entraves para o seu desenvolvimento, na visão dos atores e 5) propor alternativas, através de sugestões dos agentes envolvidos e a partir de elementos obtidos na revisão literária. Os resultados da presente investigação permitiram as seguintes conclusões: - O nível de conhecimento dos produtores quantos aos mecanismos dos mercados futuros mostrou-se baixo (51%), considerando-se que a população considerada era formada por produtores com grande acesso à informação. Pode-se, também, comprovar uma relação direta entre o porte do produtor e o seu nível de conhecimento. Os produtores se mostraram dispostos a vender parte de sua produção caso houvesse um mercado futuro de milho com transparência e liqüidez. - Observou-se que as Bolsas de Futuros tem exercido papel importante como instrumento auxiliar na alavancagem de recursos de financiamento para outras culturas, como a soja, atuando como instrumento de proteção para o setor industrial e exportador e importante referencial de preço para o produtor. - Os corretores de mercados futuros acreditam no potencial de desenvolvimento dos mercados futuros agrícolas e o milho é considerado por estes agentes como a segunda commodity agrícola em potencial. No entanto, cerca de 54% afirmam que, entre as maiores dificuldades para sua implantação, destaca-se o desconhecimento do mercado físico de milho por parte dos corretores. - Os principais fatores que determinam seu grande potencial segundo os diversos agentes são o expressivo volume financeiro e físico movimentado pelo setor com grande possibilidade de crescimento, pulverização e diversificação dos mercados de produtores e agroindustrial, alta volatilidade dos preços e a recente estabilização econômica. - Quanto aos maiores benefícios e vantagens deste mercado destacam-se a possibilidade de menores riscos aos agentes, funcionando como proteção e sinalização de preços, a diminuição da oscilação de preços ao longo do ano, maiores dificuldades de cartelização na fixação de preços e a possibilidade de alavancagem de recursos para o financiamento de safras agrícolas. - Quanto às maiores restrições a estes mercados destacam-se o desconhecimento dos mecanismos de mercados futuros junto ao meio produtor assim como dos corretores quanto ao mercado físico, falta de integração e afinidade entre o meio rural e o setor financeiro constantes intervenções governamentais no mercado e a desuniformidade fiscal e elevada carga tributária. - Finalmente, são apresentadas uma série de sugestões de ordem educacional, estrutural e operacional